Campanha eleitoral: primeira semana de tempos de antena

Passada mais de uma semana de campanha eleitoral e de tempos de antenas, o que se pode aferir é que, se, por um lado, há forças políticas com capacidade para suportar os dias de campanha na rádio e TV, por outro, outros partidos já começaram a mostrar alguma debilidade para preencher os tempos que se lhes dão, no sentido de convencerem o eleitorado, através de argumentos dos seus programas.

O país vai a votos, no dia 24 de Agosto, para a escolha do Presidente da República, Vice-Presidente e deputados à Assembleia Nacional, durante as quintas eleições da história de Angola.

A concorrer para o pleito eleitoral estão oito formações políticas, sendo sete partidos e uma coligação de partidos. Entre os veteranos concorrentes estão o MPLA, UNITA, FNLA e PRS. A CASA-CE e a APN juntam-se à festa da democracia pela terceira vez. Com esses seis, surgem dois partidos novatos: Partido Nacional para a Justiça em Angola (P-Njango) e Partido Humanista de Angola (PHA).

Esses partidos e a única coligação de partidos estão, há oito dias, isto é, desde 24 de Julho, em plena campanha eleitoral. Cada uma das formações políticas busca conquistar o voto popular. Por isso, os seus líderes desenvolvem uma série de actividades pelas províncias, onde apresentam os seus programas de governação, para o quinquénio 2022/2027.

Nesta senda, João Lourenço (MPLA), Adalberto Costa Júnior (UNITA), Nimi A Simbi (FNLA), Manuel Fernandes (CASA-CE), Quintino Moreira (APN), Dinho Chingunji (P-NJANGO) e Florbela Malaquias (PHA) desdobram-se pelas 18 províncias na caça ao voto.

Nessa batalha, de acordo com a Lei, os partidos e seus cabeça de lista têm os meios de comunicação social, para auxiliar na divulgação dos seus programas eleitorais, através dos Tempos de Antena, na Rádio Nacional de Angola (RNA) e Televisão Pública de Angola (TPA).

E, sábado, foi o sexto dia de exploração dos tempos de antena. O que se pode aferir é que, se, por um lado, há forças políticas com capacidade para suportar os dias de campanha na rádio e televisão, por outro lado, outros partidos já começaram a mostrar alguma debilidade para preencher os tempos que se lhes dão, no sentido de convencerem o eleitorado, através de argumentos dos seus programas.

Nalguns casos, as dificuldades são básicas, como relacionadas com a escolha dos âncoras ou principais apresentadores dos tempos de antena, em que se vê que alguns rostos/vozes, tal como os próprios candidatos, não dominam os fundamentos ou técnicas de comunicação.

Há pouca qualidade na captação de imagem e som. É como se fizessem as rubricas só para preencher o espaço, sem objectivos predefinidos!
E essa falta de qualidade nas abordagens é, igualmente, visível entre os principais rostos da campanha desses partidos. Com excepção do MPLA, que se mostra ter a máquina preparada faz tempo, os outros parecem-nos trabalhar na base do improviso.

Não é concebível que, apesar de a verba para as eleições tenha caído aos partidos há poucos dias do arranque da campanha eleitoral, forças políticas com experiência de cinco ou três eleições, ainda apresentem problemas graves no preenchimento dos seus tempos de antena. Ou, se o preeenchem, o fazem com “conversas para o boi dormir”!

O partido no poder e seu candidato João Lourenço, a cada programa, quer televisivo quer radiofónico, trazem uma série de comunicações que prendem a audiência. As propostas eleitorais são claras. O eleitorado tem, igualmente, uma ideia absoluta do que o MPLA tem e pretende fazer, caso vença as eleições gerais deste ano.

Nos seus tempos de antena, vê-se a intenção e a preocupação do partido MPLA e do seu candidato em quererem faciltar a compreensão do eleitorado sobre o seu programa e como pretende materializá-lo. Por outro lado, há uma oposição que se prende na crítica, que se atira contra o MPLA, quando deveria ganhar tempo a transmitir os seus objectivos para o possível mandato de governação.

Nos tempos de antena, o MPLA tem uma grande preocupação com a retórica, ao recorrer a argumentos do que fez, no mandato que agora termina, e o que pretende executar, no quinquénio 2022/2027, para convencer o eleitorado, caso o povo decida a seu favor, nessas eleições.

Doutro lado, há os que só criticam. Os que gastam seus tempos de antena a atacar o MPLA. E, quando lhes falta formas de direccionar seus venenos e rancores ao partido no poder e ao seu candidato João Lourenço, usam os espaços de antena para pôr o eleitorado a ouvir música!

No último sábado, o que vimos foi que alguns candidatos dedicaram o tempo de antena a falar das suas vidas pessoais, quando nas outras vezes, entre muitas acusações, levantavam o “fantasma” da fraude antecipada, algo característico dessas forças políticas, quando sentem que lhes falta alguma coragem para assumirem a possível derrota nas urnas!

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