ACJ ataca banqueiros e quer mandar no BNA

O presidente da UNITA decidiu atacar, na entrevista de ontem à RTP, os bancos angolanos, acusando-os de não emprestarem dinheiro aos empresários e de praticarem taxas de juro proibitivas. ACJ não entende nada de banca nem do seu negócio, e está visto que também não percebe coisa nenhuma de política monetária e que não respeita a independência do banco central, que tem vindo a ser reforçada pelo Executivo de João Lourenço.
Os banqueiros e os bancos que se cuidem: se for eleito Presidente da República nas eleições de 24 de Agosto, Adalberto da Costa Júnior vai querer ser o ‘dono deles todos’, determinando a quem devem emprestar dinheiro e a que preço.
Na entrevista à RTP, o candidato da UNITA afirma que “a esmagadora maioria dos empresários angolanos estão falidos” e que boa parte da culpa é da banca angolana, que, acusa o candidato português à Presidência “não cumpre a sua missão”.
“A banca deve fazer a mediação entre onde há muito dinheiro e onde há necessidade desse dinheiro”, disse ACJ.
“A banca angolana em Angola não empresta dinheiro, porque ninguém tem capacidade de pagar os juros proibitivos que a banca cobra”, acusou o líder do Galo Negro, que ataca os os bancos por “não possibilitarem” a existência de “juros bonificados para empréstimos de estudo, habitação, criação de empresas”.
Como tem sido notório, ACJ vive num país imaginário, que não o que diz ser seu. Adalberto mostra que não acompanha as estatísticas do banco central sobre crédito à economia, e que não faz a menor ideia de quem fixa as taxas de juro.
Adalberto diz até à náusea que quer instituições independentes, mas, depois, tem tiques de economia centralizada à velha maneira. Por não viver nesta Angola, mas nalgum país que ele próprio imagina ser real, ignora que o banco central é que fixa as taxas de juro, e que o Estatuto do BNA lhe confere independência face ao poder político – uma conquista de João Loureço.
ACJ prepara-se, assim, para ser também governador do BNA, mexendo nas taxas de juro a seu bel-prazer, e acumulando esta função com a gestão dos próprios bancos, ordenando que emprestem dinheiro, queiram ou não, tenham ou não, garantias de retorno eles próprios.
ACJ pensa que são os bancos que criam taxas bonificadas, e está tão fora da realidade que se esquece que já existem, há anos, taxas bonificadas para investimentos no sector real de economia, e que a habitação tem sido uma das áreas de aposta do Governo, que tem promovido políticas que permitiram já a muitos angolanos terem casa própria, por exemplo, por via do regime de renda resolúvel.
É caso para dizer que, com ACJ na Cidade Alta, a economia de mercado vai acabar, porque ele quer meter-se em tudo