Brasília duplica presença policial nas proximidades de edifícios atacados
As autoridades do Distrito Federal, onde está localizada a cidade de Brasília, anunciaram hoje a duplicação permanente da presença policial em edifícios públicos invadidos em 08 de Janeiro por apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O número de polícias militares aquartelados próximos ao Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) será aumentado imediatamente de 240 para 500, anunciou Celina Leão, governadora em exercício do Distrito Federal (DF).
Trata-se de “ter o máximo de tranquilidade e boa segurança”, disse a política brasileira, numa conferência de imprensa, ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do interventor da segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli.
O governador de Brasília, Ibaneis Rocha, foi afastado do cargo por 90 dias devido a falhas de segurança em 08 de Janeiro.
A segurança do DF foi colocada sob controlo do Governo central brasileiro, a partir da assinatura de um decreto presidencial em 08 de janeiro, quando milhares de ‘bolsonaristas’ invadiram e saquearam os três centros de poder, apenas uma semana após a posse do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Jair Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde 30 de Dezembro, dois dias antes do fim de seu mandato, nega qualquer ligação com esses ataques, mas, no entanto, também está sob investigação.
Cappelli, nomeado pelo poder executivo para supervisionar a segurança em Brasília, disse hoje que as investigações visavam principalmente determinar se havia profissionais entre os manifestantes.
“Havia homens entre os manifestantes no terreno com conhecimento do terreno, táticas de combate e características profissionais”, disse Cappelli.
Cerca de 1.800 pessoas já foram presas pela agressão ao poder, das quais cerca de um terço foram libertadas por “motivos humanitários” e responderão a um possível processo judicial em liberdade.
As autoridades agora tentam identificar e prender os possíveis mandantes, instigadores e financiadores da invasão violenta das instituições, bem como investigar o possível conluio dos comandantes da polícia em Brasília.
Na sexta-feira, o Supremo Tribunal Federal incluiu Bolsonaro, que está atualmente nos Estados Unidos, na lista dos investigados por supostamente incitar seus seguidores mais radicais a atacar as sedes dos três poderes.
O STF também determinou a prisão do ex-secretário de Segurança de Brasília Anderson Torres, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, pela sua suposta omissão em deter os ataques de 08 de Janeiro.