Banco central da África do Sul agrava taxa de juro de referência

O Banco de Reserva da África do Sul decidiu aumentar a taxa de juro directora em 0.75 pp, para 5,5%, para procurar conter a inflação, que está em máximos de 13 anos, devido aos efeitos da guerra na Ucrânia.
“OMPC [Comité de Política Monetária] decidiu aumentar a taxa de recompra em 75 pontos base para 5,50% ao ano, com efeito a partir de 22 de Julho de 2022”, anunciou o governador Lesetja Kganyago.
A nova taxa de juro de referência, conhecida na África do Sul com taxa “repo rate”, representa o maior aumento em 10 anos e é usada pelo Banco Central no empréstimo de fundos a bancos comerciais em caso de déficie, sendo um instrumento das autoridades monetárias para controlar a inflação.
O anúncio, feito um dia após a divulgação da inflação de Junho na África do Sul, que subiu para 7,4%, o valor mais elevado nos últimos 13 anos – impulsionada principalmente pelos preços da alimentação, transporte e habitação -, é o quarto aumento consecutivo da taxa de referência do Banco Central, face também à forte desaceleração da economia sul-africana.
Em comunicado, o governador do Banco refere que “na sequência da pandemia de Covid-19 e do agravamento das tensões geopolíticas mundiais, a economia global entrou num período de inflação persistentemente alta e de fraco crescimento económico”.
Kganyago considerou que muitas economias em desenvolvimento ainda precisam de recuperar totalmente da pandemia”, salientando que “as condições económicas globais permanecem frágeis”.
“A guerra da Rússia na Ucrânia continuará a afectar a produção e o comércio amplo de energia, alimentos e de outras ‘commodities’. O fornecimento de energia à Zona Euro é limitado à medida que o inverno se aproxima, e provavelmente reduzirá o crescimento neste ano e no próximo”, frisou.
No ano passado o PIB sul-africana cresceu cerca de 4,9%, estimando-se um crescimento de cerca de 2%, revisto em alta de 1,7%, este ano.