Angola convida investidores chineses do ramo da cadeia produtiva de frango
A vasta experiência das empresas chinesas na produção de vários alimentos, tendo como matéria-prima o frango, deve ser aproveitada por Angola para incentivar o investimento no sector, tendo em vista os desafios da diversificação económica, revelou, em Pequim, na China, o ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis.
O governante angolano, que falava em jeito de balanço do encontro com o presidente da International Ressources Limited da China, Zhong Hande, realizado recentemente, nas instalações da Embaixada de Angola no país asiático, destacou o elevado interesse manifestado por empresas e empresários chineses em desenvolverem, no país, actividades do ramo alimentar.
“As várias empresas e segmentos ligados à cadeia produtiva de frango estão in- teressadas em fazer investimentos em Angola. Também estamos interessados em permitir que as equipas técnicas destas empresas nos visitem e comecem a desenhar os processos para o investimento em Angola”, adiantou-se a esclarecer o titular da pasta da Agricultura e Florestas.
Durante a estada na China, explicou ainda o ministro, a delegação ministerial aproveitou a participação na III edição da Exposição Económica e Comercial China – África para realizar contactos com potenciais investidores, tendo as visitas efectuadas à cadeia produtiva chinesa de frango despertado maior interesse.
“Desenvolvemos um programa paralelo às actividades da Expo, que visava essencialmente tomar contacto com a cadeia produtiva de frangos. Depois de visitarmos, ficamos bastante impressionados com o trabalho que se faz na cadeia de frango”, confessou.
António Francisco de Assis fez questão de assegurar que as boas impressões com que ficaram da empresa visitada “não se deveram apenas à questão das condições verificadas” nos processos de incubação, engorda e abate, “mas também as actividades que são desenvolvidas após o abate”.
O processo de confecção de vários tipos de alimentos, tendo como matéria-prima o frango, na óptica do ministro, despertou o interesse da delegação que o acompanhou, tendo realçado a produção de salsicha, frango temperado e, sobretudo, a confecção de pipoca de frango, algo que considerou “desconhecido da realidade angolana”.
“Visitamos uma instalação com 330 frangos, que nos chamou também muita atenção, uma vez que os níveis de produção em relação ao frango são bastante altos. Neste processo, há algumas perdas sobretudo na fase de transporte dos aviários para os matadouros”, disse.
Segundo ainda o ministro, as aves são igualmente utilizadas para a alimentação de cativeiros onde se criam crocodilos, com objectivo de aproveitamento das peles, carnes e sangue para fins medicinais.
“A China exporta sangue de crocodilo para Inglaterra. Vimos, aqui (China), um conjunto de possibilidades e oportunidades que podemos desenvolver ao nível do nosso país. Consideramos, por isso, a nossa visita ter sido muito positiva”, acrescentou.
A reunião entre a delegação do Ministério da Agricultura e Florestas e o presidente da empresa International Ressources Limited, Zhong Hande, foi testemunhada pelo embaixador extraordinário e plenipotenciário de Angola na República Popular da China, João Salvador Neto, e funcionários da missão diplomática.