Aliança Democrática vence à tangente eleições legislativas em Portugal

A Aliança Democrática (AD) – direita – venceu com margem mínima as eleições legislativas portuguesas realizadas este domingo, dia 10, com 29,49% dos votos e 79 deputados. O Partido Socialista obteve 28,66% dos votos e o Chega – extrema-direita – ficou em terceiro lugar, elegendo 48 deputados.

Luís Montenegro, líder da coligação AD, já pensa na formação do seu governo. “Estamos prontos para iniciar a governação. Estamos prontos para respeitar a palavra do povo português”, declarou, no discurso de vitória.

O PS teve maioria em 2022, com 120 deputados. Nas eleições deste domingo, o partido conseguiu eleger apenas 77 deputados. Pedro Nuno Santos, o secretário-geral e candidato a primeiro-ministro, reconheceu a derrota. Disse que o seu partido liderará a oposição, mas recusou-se a viabilizará o governo da AD. “A direita ou AD que não conte com o PS para governar. Não somos nós que vamos suportar um Governo da AD. Que fique claro e não haver divisão no PS”, frisou.

Luís Montenegro rebateu as palavras de Pedro Nuno Santos: “O que se pede ao PS não é que adira às propostas do nosso governo. O que se pede ao PS é que respeite a vontade do povo português.”

Chega é o grande vencedor

O partido Chega foi considerado o grande vencedor destas eleições. O partido de extrema-direita portuguesa passou de 7,8% para 18%, passando dos 12 deputados eleitos em 2022 para 46 deputados, quadruplicando o nome de representantes na Assembleia da República. Para André Ventura, líder do partido, acabou o bipolaríssimo político em Portugal. E declarou-se disponível para integrar o Governo com a AD.

“E a vontade dos portugueses foi clara. A AD pediu uma maioria absoluta e ficou longe disso. O PS também. O Chega pediu para se tornar uma peça central no sistema político e alcançou esse resultado. Portugueses e portuguesas o nosso mandato é governar Portugal nos próximos quatro anos”, declarou Ventura.

Contudo, Luís Montenegro volta a dizer não a qualquer acordo com o Chega, em nome do cumprimento da promessa feita durante a campanha eleitoral.

Direita com maioria no parlamento

Outra novidade destas legislativas é a que há uma maioria clara de direita, com mais de metade dos votos e a redução dos votos à esquerda. O único partido de esquerda a subir em relação às eleições de 2022 foi o Livre que assegurou um grupo parlamentar de quatro deputados – só tinha um – correspondente a 2,84%. O mais antigo partido português, o PCP – comunista – integrado na coligação CDU, foi outro dos perdedores passando de seis deputados em 2022 para quatro.

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