Agricultores prevêem colher mais de 190 mil toneladas de milho este mês
Um total de 195.334 toneladas de milho branco e amarelo começam a ser colhidas no final do mês em curso, em diversas zonas produtivas da província da Huíla, pelas associações de camponeses que exploraram hectares de terras férteis na primeira fase da campanha agrícola 2022/2023.
O director provincial da Agricultura e Pescas, Pedro Conde, que avançou os dados, referiu ainda que as actuais cifras das colheitas previstas representam um aumento considerável na produção de cereais, se se tiver em conta que as primeiras colheitas do ano passado rondaram apenas em 131.531 toneladas.
Pedro Conde sublinhou que os produtores lavraram, na primeira fase da produção agrícola, acima de 212.395 hectares, sendo as áreas mais produtivas as que se encontram nos cursos dos rios Cunene, Cuvango, Caculuvar, Colui, barragem das Neves, Sendi e Gangelas.
Fez ainda saber que os 14 municípios da província da Huíla se destacam na produção de cereais, tubérculos e hortofrutícolas.
“O empenho dos produtores assistidos pela Direcção Provincial da Agricultura e Pescas, assim como dos parceiros nacionais e internacionais, está a devolver o verde das plantações dos antigos e novos espaços cultivados”, reconheceu.
“As acções estão em curso com vista a superar, nas próximas campanhas agrícolas, em 63.805 toneladas a mais do que as previstas”, disse, para enaltecer os produtores pela contínua aposta no aumento das quantidades dos produtos do campo favoráveis à redução dos preços nos mercados formais e informais.
O responsável prometeu mais apoios ao sector produtivo, prometendo aumentar a distribuição às associações de camponeses de sementes melhoradas, fertilizantes, motobombas e pesticidas, sobretudo para o combate à praga de gafanhotos que há dois anos invadiram as áreas produtivas da Região Sul.
Segundo o responsável, dezenas de produtores, sobretudo das zonas mais recônditas, já receberam motorizadas acopladas às carroças para facilitar o escoamento dos produtos do campo para os mercados e zonas de conservação.
“Há também agora mais facilidade de escoamento da produção”, disse Pedro Conde.
Os dados estatísticos das colheitas atestam que o massango atingiu 17.638 toneladas, massambala 16.925, batata-doce 8.040 e 2.300 de soja. Para o envolvimento de novos produtores, foram distribuídos mais de 321 toneladas de sementes de milho, 158 de massambala, 126 de massango, 114 de soja, 91 de feijão e 246 toneladas de fertilizantes.
Para auxiliar a actividade dos novos e antigos produtores, foram preparados, através de tracção animal, 267.208 hectares, manual 19.661 hectares e mecanizada 1.332, numa acção que envolveu ao todo 312.712 famílias camponesas filiadas em 837 associações e 185 cooperativas.
FADA apoia produtores
Ao todo, 60 toneladas de fertilizantes foram colocadas à disposição dos agricultores individuais e filiados em associações no município de Caconda, situado 240 quilómetros a Norte da cidade do Lubango, pelo Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA).
A maioria dos produtores já reagiu à medida do Executivo, assegurando que os preços estão agora mais acessíveis em relação aos mercados informais, onde a unidade de 50 quilos está cotada em 17.918 kwanzas, contrariando a do mercado paralelo onde os vendedores comercializam a 30 mil kwanzas.
Há, todavia, agricultores filiados nas 20 cooperativas e 130 associações que preferem utilizar fertilizantes de origem animal, por proporcionar melhor qualidade principalmente aos leguminosos.
“No cultivo de tomate, cebola, couve, repolho, salsa, cebola e outros estamos a utilizar estrume obtido dos excrementos de gado bovino e caprino”, disse João Cangombe.