África no centro das atenções da 10ª Cimeira MED9

Tem hoje, sexta-feira, dia 29 de Setembro, lugar em La Valetta, capital de Malta, a 10ª Cimeira dos Países do Sul da União Europeia. Designado MED9, o encontro reúne chefes de Estado e de Governo de nove Estados-membros. Fazem parte deste grupo de países do mediterrâneo e do sul da Europa, Malta, Espanha, França, Itália, Grécia, Chipre, Eslovénia, Croácia e Portugal.
De acordo com um comunicado divulgado esta quinta-feira pelo gabinete do primeiro-ministro maltês, em La Valeta, o programa começa com uma sessão dedicada ao mediterrâneo e às relações da União Europeia com a vizinhança sul e África. “A preparação das reuniões de Outubro do Conselho Europeu informal, que se realiza em Granada, e do Conselho Europeu (em Bruxelas), estará em destaque na segunda sessão” do MED9, refere o comunicado.
A cimeira decorre numa altura de forte pressão migratória na região, com Itália a defender uma posição comum para gerir melhor as migrações. Em meados deste mês, mais de 10 mil migrantes chegaram, em apenas três dias, à ilha italiana de Lampedusa, situação que veio colocar de novo o dossiê das migrações no centro das discussões europeias. Na altura, a Comissão Europeia anunciou um plano de ação para enfrentar a imigração irregular em Lampedusa, que inclui o reforço do apoio a Itália, bem como a concretização do memorando de entendimento assinado entre a UE e a Tunísia.
A Tunísia é um dos principais pontos de partida de migrantes irregulares para a Europa na rota central do Mediterrâneo e assinou, em Julho, um memorando de entendimento com a UE – para o qual a Itália foi peça-chave – para combater o tráfico de migrantes em troca de verbas para o país, de pelo menos 700 milhões de euros em fundos comunitários.
Itália, a par da Grécia, Espanha ou Malta, é um dos países da “linha da frente” ao nível das chegadas de migrantes irregulares à Europa.
A União Europeia prevê, por ano, a recolocação de 30 mil migrantes e uma contribuição de 660 milhões de euros para o fundo destinado a financiar a política migratória.