África é um terreno fértil para a indústria iGaming

A indústria de jogos no continente africano (videojogos casuais como o sector de iGaming) está a conhecer um crescimento explosivo, impulsionado por um público que prioriza os dispositivos móveis, uma população jovem e muitas startups que estão a remodelar toda a indústria.
De acordo com a edição online da publicação ‘Further Africa’, os investidores globais estão a perceber essa mudança na cultura africana e a ver um enorme potencial de crescimento para a indústria de jogos.
Os jogos para dispositivos móveis são frequentemente considerados o futuro deste sector e estão a ganhar popularidade ao longo dos anos. Com a adopção de smartphones a disparar e os dados a tornarem-se mais acessíveis em países como Quénia, África do Sul, Gana e Nigéria, a região saltou directamente para este nicho.
Podemos ver jogos como Candy Crush, PUBG Mobile e Free Fire que dominam esta região. Além disso, não se trata apenas de jogar, é também uma forma de socializar com os amigos.
Na Nigéria, por exemplo, os jogos móveis tornaram-se tão incorporados na cultura jovem que agora competem com a música e o cinema pela atenção de tempo de ecrã.
Priorização do mobile-first
O surgimento do casino móvel é um grande impulsionador. Como a maioria dos jogadores africanos acede ao conteúdo através dos seus telemóveis, as plataformas de casino online estão a ‘ignorar’ a era dos computadores e a apostar directamente numa experiência mobile-first (ou seja, priorizar a versão móvel).
Alguns especialistas locais já começaram a criar jogos de casino móveis personalizados, que reflectem as preferências regionais, combinando formatos de jogo globais com temas e estética locais. Isso não só aumenta o envolvimento, mas também cria conexões mais fortes com o público.
Com uma cultura pró-jogos móveis, um profundo conhecimento de como estes funcionam, isso abre oportunidades para as empresas de desenvolvimento de jogos móveis, o que nos leva ao próximo ponto: estúdios locais.
Partilhar cultura através de jogos
Muitos dos que desenvolvem jogos africanos estão a criar conteúdo original e, como alguns países são muito avançados em tecnologia e há vários indivíduos talentosos, isso abre espaço para as empresas de desenvolvimento de jogos competirem com grandes nomes da indústria.
Temos, por exemplo, o “Aurion: Legacy of the Kori Odan”, um jogo desenvolvido nos Camarões, baseado na mitologia africana, que exibe o seu ADN cultural. Existe ainda o “Mancala”, uma adaptação digital de um jogo de tabuleiro tradicional africano. Portanto, não estão apenas a criar jogos, mas também a partilhar a sua cultura africana.
África é um mercado atractivo para este tipo de investimentos
Em primeiro lugar, o continente tem um talento especial para desenvolver jogos móveis divertidos e mais exigentes. Além disso, os custos de mão-de-obra são muito mais acessíveis para essas empresas em comparação com cidades bem desenvolvidas como Los Angeles, o que reduz o custo de produção dos jogos, e os desenvolvedores podem ultrapassar os limites da tecnologia e criar algo espectacular sem se preocupar com as despesas.
As empresas de capital de risco e os estúdios globais estão agora a ver África não apenas como um mercado consumidor, mas como um parceiro de desenvolvimento.
A Tencent, a Sony e até a Microsoft terão demonstrado interesse em desenvolvedores regionais, seja através de investimento directo ou de aceleradores de parcerias. Só em 2024, as startups africanas de jogos atraíram milhões de dólares em financiamento, o que mostra que a África é um terreno fértil para os videojogos.