África do Sul começou a retirar as suas forças de Cabo Delgado

Os militares das Forças Armadas da África do Sul (SANDF) na missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em Cabo Delgado já começaram a sair de Moçambique, disse uma fonte oficial.

De acordo com uma nota da missão a que a Lusa teve hoje, segunda-feira, dia 22, acesso, o comandante da Força da Missão da SADC em Moçambique, major-general Patrick Njabulo Dube, visitou no dia 13 a Base Operacional Avançada da África do Sul, em Macomia, para uma “inspecção física do estado de prontidão de retirada da equipa de combate Charlie” e “elogiou o excelente desempenho durante” a missão.

Refira-se que os membros do contingente da África do Sul são o segundo grupo a retirar-se da missão em Cabo Delgado, operação que se iniciou a 7 de Abril. A nota, com data de 20 de Abril, não específica se a saída dos militares já foi concluída.

O contingente militar do Botswana iniciou a retirada a 5 de Abril, marcando o começo da saída da missão que combate o terrorismo na província do norte de Moçambique.

“A África do Sul sempre defendeu a defesa colectiva e é um país que não recua quando outras nações enfrentam desafios, sejam necessidades humanitárias ou numa situação de conflito (…) A contribuição das SANDF é notável e louvável por trazer paz e estabilidade a Cabo Delgado e à comunidade de Moçambique”, disse o comandante da missão, citado na mesma nota.

“Quem defende Moçambique são os moçambicanos”

Recorde-se que a missão está em Cabo Delgado desde meados de 2021 e, em Agosto de 2023, a SADC aprovou a sua prorrogação por mais 12 meses, até Julho de 2024, prevendo um plano de retirada progressiva.

A missão compreende tropas de oito países contribuintes da SADC, nomeadamente Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Malawi, África do Sul, Tanzânia e Zâmbia, “trabalhando em colaboração com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique e outras tropas destacadas para Cabo Delgado.”

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, afirmou a 18 de Abril que devem ser os moçambicanos os responsáveis pela defesa do país, face à saída em curso da missão. “O grande responsável pela defesa de Moçambique somos nós, os moçambicanos. Os nossos amigos vão ajudar-nos. Eu tenho dito que agora estamos numa fase de capacitação, de construção de resistência, estabilização do país depois da recuperação dos problemas”, explicou o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas, no fim de uma visita a Washington, Estados Unidos, sobre a situação em Cabo Delgado, província palco de ataques de terroristas desde Outubro de 2017.

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