1º Ministro espanhol fala de “objetivo comum” no combate ao tráfico de migrantes

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, reivindicou ontem, quarta-feira, dia 28, na Gâmbia o “objectivo comum” de combater as máfias que traficam migrantes, na segunda etapa de uma viagem a África que começou na Mauritânia.

Neste país, o chefe do Governo espanhol e o seu homologo concordaram em gerir conjuntamente os fluxos migratórios que atravessam o Atlântico para a Europa, segundo uma declaração conjunta ontem publicada.

Os dois países comprometem-se a “trabalhar em conjunto para promover uma migração segura, ordenada e regular” e garantir “o tratamento justo e humano dos migrantes.”
Paralelamente à declaração conjunta, a Espanha e a Mauritânia assinaram um memorando de entendimento para a implementação de “um projecto-piloto de selecção de trabalhadores mauritanos no seu país de origem” para trabalharem em Espanha, segundo um documento a que a agência noticiosa France-Presse teve acesso.

Colaboração frutuosa

O acordo “para a regulação e organização dos fluxos migratórios será útil para a implementação de um programa de migração segura, ordenada e regular entre os dois países”, afirmaram.

Ontem, o primeiro-ministro espanhol chegou à Gâmbia, e em Banjul, a capital, reivindicou o “objectivo comum” com este país africano de combater as máfias que traficam migrantes e a vontade partilhada de reforçar a estreita colaboração que existe entre as forças e organismos de segurança dos dois países neste domínio. Em declarações à imprensa, o chefe do Governo espanhol destacou a “colaboração frutuosa” e agradeceu ao país africano pelos seus esforços.

“A Espanha e a Gâmbia tornaram-se parceiros fundamentais no domínio da segurança, sobretudo no domínio da vigilância das fronteiras e da luta contra a migração irregular”, sublinhou.

“Juntos temos um objectivo comum: salvar vidas no mar e acabar com as máfias que exploram pessoas que têm um desejo legítimo de prosperar”, disse Sánchez, que tem um encontro marcado com o Presidente da Gâmbia, Adama Barrow.

Com o chefe de Estado africano, tal como fez terça-feira na Mauritânia, Sánchez tenciona assinar um memorando de entendimento sobre migração circular para facilitar o recrutamento de gambianos para preencherem empregos temporários em Espanha e regressarem depois ao seu país, e um acordo no domínio da segurança e da luta contra a criminalidade, que permitirá “aumentar ainda mais a cooperação.”

Sánchez também elogiou as tropas espanholas destacadas na Gâmbia. “O vosso trabalho em matéria de migração com a Gâmbia é essencial para evitar a perda de vidas humanas e para conseguir uma gestão segura, ordenada e regular do desafio migratório”, afirmou.

Segundo o primeiro-ministro, o Governo espanhol “está empenhado numa política de migração em que participem todos os actores envolvidos e que promova a colaboração com os países de origem, de trânsito e também de destino, porque só assim se pode enfrentar um desafio que é transnacional, como é a migração.”

Pedro Sánchez está num périplo pela Mauritânia, Senegal e Gâmbia, para tentar resolver o problema da migração ilegal através das travessias atlânticas até às Ilhas Canárias.

O arquipélago espanhol – situado perto da costa africana e utilizado como ponto de chegada dos migrantes e refugiados que tentam chegar à Europa – viu 22.304 imigrantes chegaram às Canárias, entre 1 de Janeiro e 15 de Agosto, segundo o Ministério do Interior espanhol.

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