Tribunal do Reino Unido rejeita recurso de Isabel dos Santos

A justiça britânica rejeitou esta sexta-feira, dia 27, um recurso da empresária Isabel dos Santos contra o congelamento de bens a nível mundial no valor de 580 milhões de libras (776.44 milhões de USD) decretado no ano passado.

Em causa estão empréstimos feitos pela Unitel, a maior empresa de telecomunicações móveis de Angola, fundada em 1998 pela filha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, no valor de 323 milhões de euros (360.4 USD) e 43 milhões de USD entre 2012 e 2013 à Unitel International Holdings B.V. (UIH), ‘holding’ detida pessoalmente por Isabel dos Santos.

Em Dezembro último, o juiz Robert Bright deu razão à Unitel e decretou uma ordem mundial de congelamento de bens da empresária no valor de 580 milhões de libras (776.44 milhões de USD) para cobrir juros de mora e indemnização por danos, além de condenar a empresária a pagar custas judiciais.

Refira-se que actualmente a Unitel pertence na totalidade ao Estado angolano depois de ter nacionalizado em 2022 as participações de 25% da Vidatel e de 25% da Geni que eram detidas pela empresária Isabel dos Santos e pelo general Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”.

Entre os activos identificados pelo Tribunal Comercial de Londres em Dezembro de 2023 estavam bens imóveis no Reino Unido, com um valor de até 44.6 milhões de USD, no Mónaco, no valor de 55 milhões de USD, e no Dubai, no valor de 40 milhões de USD.

No mesmo processo foi referida a existência de várias contas bancárias no Reino Unido, Angola, Portugal, Ilhas Virgens Britânicas e África do Sul, destacado o valor das acções da UIH na ‘holding’ ZOPT, accionista da empresa de telecomunicações NOS, congeladas a favor da Unitel após um processo em Portugal.

Isabel dos Santos, que vive há alguns anos no Dubai, é acusada de 12 crimes num processo que envolve a sua gestão à frente da petrolífera estatal Sonangol entre 2016 e 2017.

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou 2020 mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de Luanda Leaks, que detalham alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, entretanto falecido, que lhes terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano utilizando paraísos fiscais.

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