Sall não se recandidata à presidência do Senegal

Após meses de expectativa e especulação, o presidente do Senegal, Macky Sall, anunciou ontem (dia 3) à noite, numa comunicação transmitida pela televisão e rádio públicas, que não será candidato a um eventual terceiro mandato. Na declaração disse que a sua decisão resultou de uma longa e cuidadosa reflexão. Afirmou também que, contrariamente aos rumores que lhe atribuíram uma ambição presidencial, tem consciência, tem memória do que disse e do que escreveu. “O mandato de 2019 será o último”, reiterou.
Recorde-se que o Senegal tem vivido, nas última semanas, um clima de instabilidade e violência político-social, sobretudo após a condenação, a dois anos de prisão, há cerca de um mês do líder da oposição, Ousmane Sonko, decisão judicial que o impede de se apresentar como candidato às próximas eleições de presidenciais, em Fevereiro de 2024. A contestação a esta decisão da Justiça já provocou a morte de 16 pessoas, segundo as autoridades, e 24 de acordo com a Amnistia Internacional.
Sonko tem afirmado repetidamente que o governo está a conspirar para o manter fora da corrida eleitoral de fevereiro de 2024, mas o governo nega. Sonko desde 28 de maio que se encontra bloqueado pelas forças de segurança na sua casa em Dakar, “sequestrado”, segundo o próprio.