Relatório sobre a Riqueza 2023 confirma que “África não é pobre, mas empobrecida

Nem todos os africanos são pobres – esta poderia ser a principal mensagem da edição de 2023 do relatório anual sobre a riqueza em África, elaborado pela Henley & Partners, sediada em Londres, que revela que os “5 grandes” mercados de riqueza em África – África do Sul, Egipto, Nigéria, Quénia e Marrocos – representam, em conjunto, 56% dos indivíduos africanos com elevado património líquido e mais de 90% dos bilionários do continente.

O relatório, que fornece uma análise abrangente da riqueza privada em África, confirma assim a validade do contra-cliché de que “África não é pobre, mas empobrecida”. A classificação anual das cidades e nações africanas, com base no número de residentes ricos que nelas vivem, é o guia definitivo para o sector da riqueza e do luxo em África, publicado pela Henley & Partners em parceria com a empresa de informação sobre riqueza New World Wealth.

Mas a edição de 2023 também salienta que o domínio dos mercados de riqueza dos “5 grandes” em África está longe de estar assegurado, uma vez que poderão em breve ser desafiados por países como as Maurícias e o Ruanda, que estão a ganhar terreno rapidamente. A nova oferta de residência por investimento da Namíbia também a posiciona como um futuro rival potencial.

Enquanto a África do Sul lidera a lista de países com 37.800 milionários, o Egipto ocupa o segundo lugar na classificação de países, com 16.100 mil milionários, a Nigéria vem em terceiro lugar com 9.800 milionários em dólares. O Quénia e Marrocos são o quarto e quinto países mais ricos, com 7.700 e 5.800 milionários, respectivamente. Quatro das 10 cidades mais ricas de África situam-se na África do Sul – Joanesburgo, com o maior número de milionários em África, Cidade do Cabo, Durban e Pretória. As outras cidades mais ricas de África são Cairo, Lagos, Nairobi, Casablanca, Accra e Luanda.

O total da riqueza privada actualmente detida no continente africano é de 2,4 biliões de dólares e espera-se que a sua população de milionários aumente 42% nos próximos 10 anos, diz o Relatório sobre a Riqueza em África. Em última análise, o relatório salienta também que a riqueza privada em África está em constante evolução, com perspectivas de crescimento persistentes, embora nem todos tenham a mesma sorte. Como nos recorda o Banco Mundial, sete dos dez países mais desiguais do mundo estão situados em África.

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