PCA do IGAPE alerta, à Forbes, que estas empresas são de um segmento de “dimensão crítica muito maior” e que não se pode olhar para o programa de privatização como uma meta meramente política.
Sobre a Angola Cables, o responsável disse que, à semelhança de muitas outras empresas, tem problemas de reestruturação, que se prendem com o mercado em que está inserida e que, enquanto esse “redimensionamento estratégico” não terminar, não haverá condições para a empresa ser privatizada.
Entretanto, o PCA do EGAPE afirmou estar convicto que, ao longo deste ano, vai ser concluída a estratégia de reestruturação da multinacional angolana das telecomunicações e, a partir dai, se terá uma ideia concreta de qual vai ser o seu futuro e em que momento acontecerá a privatização.
Quanto a Sonangol, o gestor referiu não tratar-se apenas de uma questão de reestruturação interna. “É o próprio paradigma do sector energético que está em mudanças neste momento. Então não é aconselhável nós privatizarmos a Sonangol com o paradigma actual”, justificou, acrescentando, “não podemos olhar para isso como uma meta meramente política”. Segundo Patrício Vilar, tem a ver com o mercado e, por isso, torna-se necessário respeitar os timings e preparar-se.
Tendo em conta a complexidade destas e outras empresas [Angola Cables e Sonangol], a previsão é que a privatização não aconteça dentro do tempo estipulado pelo Programa de Privatização (PROPRIV), cuja meta era 2022. Quanto a extensão do plano, o responsável adiantou que a questão está, neste momento, a ser reavaliada.
“Não consigo estimar um novo prazo. Está em reavaliação neste momento. Vamos dar todos os dados que estão em nossa posse para se poder redefinir um novo prazo. Ainda não terminamos se quer esta avaliação. Há ainda constrangimentos de ordem judicial e é esta avaliação que precisa ser feita multidisciplinarmente”, precisou.
Entretanto, Pedro Vilar confirmou que a TV Cabo será privatizada em bolsa e que, neste momento, decorre o processo de negociação do preço de referência de partida da referida negociação em mercado primário. A Sonangalp vai seguir o mesmo caminho, adiantou, havendo neste momento a negociação com os accionistas sobre o direito de preferência, bem como a seguradora ENSA, cujo compromisso de privatização em bolsa é até ao quarto trimestre do próximo ano.