PNUD irá disponibilizar 60 milhões de USD para projectos em Angola

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) afirmou, ontem, quarta-feira, dia 2, que tem disponíveis 60 milhões de dólares para financiar projectos em Angola, mas alertou para os constrangimentos causados pela burocracia, divulgou a agência Lusa.
Para 2025, segundo o representante residente adjunto do PNUD em Angola, Gabriel Dava, o organismo das Nações Unidas tem um limite financeiro de 60 milhões de dólares, cujo grau de execução ronda os cerca de 50%, com o sector da saúde a absorver grande parte do financiamento.
“Temos o sector da saúde, que é o que absorve a maior parte do nosso financiamento, por via do Fundo Global, no qual financiamos intervenções na área do combate ao HIV, malária e tuberculose e também na área da vacinação e compra de medicamentos essenciais”, afirmou o responsável em declarações à margem de uma conferência sobre “As Multilaterais e o Financiamento ao Desenvolvimento”, que decorreu na capital Luanda, e na qual enumerou também apoios do PNUD nos sectores do ambiente e biodiversidade, energia sustentável, agricultura e irrigação.
Dava, que foi um dos oradores num painel sobre a visão dos financiadores nesta conferência, falou também sobre constrangimentos, causados por questões burocráticas, na concretização de alguns projectos.
De acordo com o responsável, a burocracia nos processos administrativos é necessária, mas observou que há situações em que uma comunicação entre dois Ministérios para a aprovação de projectos “pode levar entre três e quatro meses. O PNUD, como agência de desenvolvimento, tem como função trabalhar com o Governo para ajudar a ultrapassar estes constrangimentos”.
Dava defendeu também a necessidade das autoridades angolanas fazerem a monitorização regular dos projectos financiados pelas organizações multilaterais, referindo que a supervisão não pode ser feita apenas do lado do financiador.
O PNUD “faz a sua monitorização dos projectos, o Banco Mundial também o faz, mas nós pensamos que, acima de tudo, quem tem de o fazer é o Estado angolano, porque estes projectos [financiados pelas organizações multilaterais] são para beneficiar o povo”, notou, destacando que é importante as autoridades reforçarem a capacidade de monitorização para verificar se os financiamentos dos projectos respondem aos objectivos preconizados.