PIB cresceu 3,0% em 2022 e acompanhou crescimento da população

A empurrar a economia para cima esteve o regresso ao crescimento do sector da extracção e refinação de petróleo após seis anos em queda. Apesar da ligeira expansão deste sector, de 0,5%, o facto de ele valer quase um terço do PIB pesou no crescimento da economia.

A economia angolana cresceu 3,0% no ano passado, sustentado, em parte, pelo regresso ao crescimento do sector da extracção e refinação de petróleo que quebrou um ciclo de seis anos consecutivos em queda, de acordo com o semanário Expansão, com base no relatório sobre as contas nacionais do IV trimestre de 2022 do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Trata-se do maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) verificado nos últimos oito anos, registando o segundo ano consecutivo de expansão da economia nacional depois de um ciclo de cinco anos de recessão, entre 2016 e 2020 (ver gráfico). Este crescimento de 3,0%, acima das previsões do Governo de 2,7%, inscritas no relatório de fundamentação do Orçamento Geral do Estado para 2023, aproxima-se, pela primeira vez em oito anos, da taxa de crescimento anual da população.

Ainda assim, o facto de a economia crescer a um ritmo próximo do crescimento da população significa que a economia ainda não está a conseguir criar emprego necessário para acolher a população que entra em idade activa nem a que já está em situação prolongada de desemprego, num país onde é na informalidade que está o ganha-pão de 80% das pessoas que trabalham.

A empurrar a economia para a frente esteve o regresso ao crescimento da extracção e refinação de petróleo após 6 anos em queda, o que pesa favoravelmente para o crescimento do PIB angolano, já que este é o sector com maior peso na economia, representando 28,9% do PIB no final de 2022. Destaque também para o comércio, que é o segundo sector que mais peso tem no PIB nacional, que cresceu 1,0%.

Já as actividades de agropecuária e silvicultura, que é o terceiro sector que mais peso tem no PIB, cresceram 3,8%, seguindo-se os outros serviços (serviços de alojamento, restaurantes e similares, etc) cujo PIB subiu 4,0%. Ainda a empurrar a economia para cima estiveram o sector dos transportes e armazenagem (+32,8%), administração pública (+7,5%), construção (+5,5%), electricidade e água (4,7%), pesca (+4,2%), serviços imobiliários e aluguer (+3,0%) e industria transformadora (+2,5%).

Em sentido inverso, a empurrar a economia para baixo estiveram a intermediação financeira e de seguros, com uma queda de 7,3%, seguindo-se os correios e telecomunicações, com uma queda de 4,7% face a 2021.

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