Países lusófonos registam progressos no combate a doenças tropicais – OMS
Mais de 1.650 milhões de pessoas precisaram de tratamento e cuidados no mundo devido a Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN) em 2021, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No documento divulgado nesta Segunda-feira, 30 de Janeiro, Dia Mundial de Combate à Doença Tropical Negligenciada, que também aponta progressos em países de língua portuguesa, a OMS apela a necessidade de mais investimentos para erradicar o problema que ainda afecta 179 países e territórios.
“Em países de língua portuguesa afectados pelas DTN, como Angola, Brasil ou Timor-Leste, foram tomadas várias acções de combate”, destaca o relatório.
Angola, por exemplo, não reportou nenhum caso de transmissão de animais para humanos, mas detectou 7 cães infectados com dranculíase ou verme da guiné, no ano passado.
O Brasil e Timor-Leste anunciaram acções para o combate de vectores assim como São Tomé e Príncipe, enquanto doenças como hanseníase, dengue, chicungunha e doença de Chagas ainda são prevalentes em várias regiões do Brasil.
Para a ex-directora do departamento de Doenças Infecciosas da OMS e também ex-chefe da pasta na Guiné-Bissau, Magda Robalo, este tema é também uma questão de inclusão.
“São doenças que afligem, sobretudo, as populações mais pobres. As que têm falta de acesso à água potável, ao saneamento básico e acesso a cuidados de saúde básicos e de qualidade. Os governos dos países afectados devem prestar mais atenção às doenças tropicais negligenciadas e alocar mais recursos humanos, financeiros, medicamentos e apoio logístico para o seu combate”, frisou.
Entre as doenças tropicais negligenciadas estão a dengue, chicungunha, doença de Chagas, hanseníase, lepra ou tracoma. Estas enfermidades, sublinha a organização, continuam a afectar, de forma desproporcional, os mais pobres em áreas com serviços precários de água e saneamento, além de cuidados de saúde.