Oposição sul-africana indignada com custos de manutenção das casas dos ministros
A Aliança Democrática (DA, sigla em inglês), o principal partido da oposição na África do Sul, fez saber que solicitou ao órgão de fiscalização anticorrupção que investigue o que diz serem contratos inflacionados para a manutenção das casas luxuosas dos ministros do ANC, partido no poder.
Este pedido ocorre depois de o governo do ANC revelar que, entre 2019 e 2022, gastou quase cinco milhões de USD na manutenção de dezenas de imóveis ocupados por altos funcionários públicos.
A controvérsia aumenta a pressão sobre o Presidente Cyril Ramaphosa, que foi eleito com a promessa de combater fortemente a corrupção depois de o mandato do seu antecessor, Jacob Zuma, ter sido marcado por escândalos políticos e financeiros.
A DA, num tom irónico, revelou que “pelo menos podemos finalmente responder à questão de quanto dinheiro é necessário para os quadros do ANC substituírem uma lâmpada”, após ter aparecido uma factura de lâmpadas de quase mil dólares numa mansão ministerial em Pretória.
“Depois, houve a renovação da cozinha, no valor de 70 mil USA, e os 2,5 milhões USD gastos em geradores nas casas dos ministros, enquanto a maioria da população se tem debatido com os piores cortes de energia da história da África do Sul”, refere o comunicado.
Refira-se que, de acordo com vários estudos, a África do Sul já é o país onde se registam as maiores desigualdades do mundo. A corrupção pode estar a aumentar ainda mais o fosso entre os que “têm” e os que “não têm”.