O descaramento do candidato da dupla nacionalidade

O candidato da UNITA a Presidente da República acusou, esta quarta-feira, em plena Cidade do Huambo, o Governo suportado pelo MPLA de não investir na indústria. É desonesto e mentiroso, e já teve a resposta que devia.

Por Edno Pinto

O candidato da UNITA a Presidente da República acusou, esta quarta-feira, em plena Cidade do Huambo, o Governo suportado pelo MPLA de não investir na indústria.

Adalberto Costa Júnior lembrou que o Huambo foi o segundo maior parque industrial do país na era colonial. Mas não conseguiu lembrar que foram as FALA, braço armado do o seu partido que destruiu literalmente aquilo que era considerada a Cidade Vida. Aos mais jovens talvez esta afirmação não lhes diga nada, mas sempre será importante questionar se o que aconteceu para que esse parque industrial desaparecesse.

Ninguém melhor que o canditado da dupla nacionalidade e a sua UNITA responder, já que foram eles que devastaram as infraestruturas do país, na sua ambição desmedida de tentar tomar o poder, em Angola, pela força das armas. Mas a desonestidade não lhe permite sequer reconhecer os erros monstruosos do seu partido que tentou transformar o país em cinzas.

Mas como este mentiroso compulsivo parece carecer e memória, alguém próximo, com mente sadia e bom senso, lhe explique que a reposição do parque industrial é um processo com muitas envolvências, tais como a remoção das minas implanatadas durante os quase 30 anos de guerra que opôs o então movimento rebelde UNITA ao Governo?

O processo requer igualmente a reconstrução e construção de centrais de energia eléctrica, por serem infraestruturas determinates para o funcionamento da indústria, daí a aposta do Presidente João Lourenço na extensão da rede eléctrica por todo o país.

Um dos exemplos do engajamento de João Lourenço nessa matéria é a recente inauguração das centrais fotovoltaicas do Biópio e da Baía Farta, na Província de Benguela, que vão fornecer energia eléctrica a vários pontos do país, para criar premissas para a instalação de fábricas e outras infraestruturas.

Relativamente à Província do Huambo, que já dispõe da barragem do Gove e de energia da rede eléctrica nacional, também existe um projecto de extensão da energia solar numa fase posterior.

Para conhecimento do líder da UNITA e seus seguidores, o Executivo do MPLA já tem em carteira a reposição do parque industrial do Huambo durante o mandato 2022-2027.

Quanto ao rótulo de cobarde, irresponsavelmente atribuido ao candidato do MPLA pelo cabeça-de-lista da UNITA, a resposta foi dada hoje, 29, por João Lourenço, no acto de massas em Menongue, Província do Cuando Cubango, quando afirmou: cobarde são aqueles que até ao momento não tiveram a honestidade e humildade de pedir perdão aos familiares das vítmas dos conflitos armados pós-independência, e a todo o povo angolano, em geral, como fez publicamente, de forma aberta e sincera, o MPLA.

João Lourenço, que concorre à reeleição, sublinhou que nenhum outro partido fez isso, porque não têm coragem, por serem cobardes.

Outra demonstração de coragem do MPLA apontada pelo seu cabeça-de-lista são as reformas em curso no país, “que estão a dar bons resultados”.

Perante a petulância e demagogia de Adalberto Costa Júnior, o líder do MPLA foi simpático na sua reacção, porque podia refutar o rótulo com o facto de que, enquanto ele combatia bravamente contra as forças rebeldes da UNITA e seus aliados do então regime do apartheid sul-africano, o “brigadeiro” de gabinete pavoneava-se pela Europa.

A propósito da irresponsabilidade de Adalberto, o candidato da Aliança Patriótica Nacional (APN) a Vice-Presidente da República, Noé Mateus, aconselha o “português” a ter um discurso mais centrado na sua visão sobre Angola e aos angolanos, “ao invés de cometer o erro de descarrilar nos discursos de insinuações e ataques à imagem do seu opositor directo João Lourenço”.

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