Marrocos escreve África na lista do Top-4 mundial
A consagração de Marrocos nos quartos-de-final do campeonato do mundo de futebol em Qatar é a epopeia de um sonho de um continente esquecido nas estatísticas da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA). Pela primeira vez na história do futebol mundial, o país do Rei Maomé VI escreve a África no Top-4 da maior reunião futebolística, depois da vitória por 1-0 sobre Portugal de Cristiano Ronaldo.
Este sábado, o Estádio Al Thumama juntou-se ao Estádio Education City na pregação do currículo do futebol de um país africano. Marrocos bateu Portugal com golo de Es-Nesyri aos 42 minutos e provocou sentimentos semelhantes vividos na fase anterior, quando Hakimi marcou o golo de consagração ante a Espanha. A África chorou de alegria.
Marrocos colecciona vitórias ante gigantes do futebol europeu. A fúria dos tetra-netos dos antigos colonizadores da península ibérica provocou dor na alma dos portugueses e de espanhóis: a perda do troféu de um campeonato do mundo de futebol.
A eliminação da competição mexeu com sentimentos de adeptos dos dois gigantes. Detrás desse processo está uma estratégia definida pelo mundo árabe: os países vizinhos uniram-se nos últimos dias para carregar Marrocos à final. Hoje, está a um jogo da concretização.
Em Doha, centenas de milhares de adeptos da Argélia, Arábia Saudita, Jordânia, Tunísia, Síria, Egipto, Líbano, Emirados Árabes Unidos e Qatar abraçaram-se pela causa comum: levar a África ao lugar mais alto do pódio.
Pela importância do jogo, o governo de Marrocos solicitou à FIFA cinco mil bilhetes extras e enviou aviões lotados de Casablanca a Doha, depois de Qatar liberar a Hayya Card, uma exigência para quem visite o país anfitrião do Mundial. O cardápio está à mesa.