Manuel Nunes convida empresários a investirem no sector da Agricultura
O ministro de Estado para a Coordenação Económica convidou, quarta-feira, na cidade do Porto, os empresários portugueses a investirem no sector agrícola, contribuindo para que o país se torne uma referência mundial.
Ao discursar no Fórum Económico Portugal-Angola sob o tema “Construímos relações sólidas”, Manuel Nunes Júnior referiu os “solos férteis” de Angola, cujas qualidades extraordinárias permitem aplicações de várias espécies.
No encontro, que teve como objectivo a apresentação do quadro económico e as oportunidades de investimento no país, funcionando como antecâmara da visita do Primeiro-Ministro português, António Costa, a Angola, de 5 a 6 de Junho, o ministro de Estado para a Coordenação Económica reafirmou que o país não quer um modelo de crescimento empobrecedor, em que faça parte dos elos mais pobres da cadeia internacional da criação de valor.
“Este crescimento empobrecedor só pode ser evitado se Angola puder apresentar-se perante o mundo com uma competitividade estrutural em alguns sectores de actividade, o que pressupõe apostar na diferenciação e qualidade dos produtos, o que implica a existência de níveis adequados de conhecimentos e de qualificação dos recursos humanos”, sublinhou.
Manuel Nunes Júnior considera importante que os empresários angolanos estabeleçam relações de parceria estratégica com empresários de outros países com um nível de conhecimento, experiência e tecnologia avançada, para que “possamos ter acesso ao que de melhor o mundo pode proporcionar nos domínios empresarial e da tecnologia”.
Aos empresários portugueses, o ministro de Estado garantiu que “o investimento privado estrangeiro será sempre bem vindo para Angola, com vista a aportar para o país não apenas o capital financeiro, mas acima de tudo o know how e as tecnologias necessárias para o processo de crescimento e desenvolvimento de Angola”.
Tendo em conta o conhecimento amplo que as empresas portuguesas têm no mercado angolano, tal como o prestígio, a qualidade e a aceitação dos seus produtos em Angola, Manuel Nunes Júnior disse que o Executivo está convencido que Portugal pode desempenhar um papel particularmente relevante neste domínio.
Ao apresentar o quadro económico do país, o ministro de Estado reconheceu que em 2017, quando o Presidente da República, João Lourenço, assumiu o poder, a economia nacional era caracterizada por elevados e sistemáticos défices orçamentais, taxas de inflação muito altas, uma taxa de câmbio com uma trajectória altamente desvalorizante e imprevisível e com uma economia real a exibir taxas de crescimento negativas.
Estes factos, assinalou, levaram a uma grande diminuição da confiança dos agentes económicos no mercado angolano. “Quando os agentes não confiam no mercado não há investimentos, sobretudo na esfera da produção de bens e serviços”. Por esta razão, restaurar a confiança no mercado por parte dos agentes económicos constitui e tem constituído um factor crucial da acção governativa do Executivo angolano nos últimos cinco anos, referiu.