Inflação nos EUA abrandou mais do que o esperado
Os preços ao consumidor nos EUA registaram, neste último mês de Março, um reduzido aumento de 0,1%, ficando aquém dos 0,2% que os economistas previam, sendo este o 9º mês consecutivo de desaceleração da inflação.
A inflação anual subiu para 5%, ultrapassando a meta de 2% da Reserva Federal, mas significativamente inferior à taxa de 6% de Fevereiro.
Esta desaceleração pode ser parcialmente atribuída a uma subida dos preços das rendas de casa de apenas 0,5% em Março, um abrandamento notório em relação ao crescimento de 0,7% registado no mês anterior.
Os preços do vestuário sofreram uma redução notável, aumentando apenas 0,3% em comparação com os 0,8% do mês anterior.
O custo dos bens alimentares diminuiu pela primeira vez desde Novembro de 2020, em 0,3%. Esta queda foi impulsionada principalmente por uma descida de 1,4% nos preços da carne, aves, peixe e ovos, enquanto as frutas e legumes também registaram uma descida de mais de 1%.
Noutros sectores verificou-se igualmente uma redução de preços. A energia sofreu uma descida de 3,5%, em grande parte devido à redução significativa do preço do gás natural e a menores reduções na gasolina, no gasóleo e na electricidade.
Os automóveis e camiões usados caíram 0,9%, embora esta tenha sido uma queda menor do que a de 2,8% que os EUA registaram em Fevereiro. A produção de automóveis voltou aos níveis pré-pandémicos, mas o stock total de automóveis ainda não recuperou, o que pode deixar espaço para mais aumentos de preços nesta categoria, adiantou o economista da Employ America, Alex Williams, no mês passado.
Os responsáveis da Reserva Federal norte-americana (Fed) anteveem uma “recessão ligeira”, que deverá ter início em finais de 2023, sublinham as actas da última reunião de política monetária do banco central, decorrida a 21 e 22 de março, quando os juros diretores foram elevados em 25 pontos base.
Relativamente à decisão de subir a taxa dos fundos federais em 25 pontos base, as actas revelam que a decisão foi unânime entre os 18 responsáveis do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC). No entanto, enquanto uns defenderam uma pausa no ciclo de aumento dos juros diretores, outros mostraram-se a favor de um aumento de 50 pontos base. A decisão final acabou por ficar no meio termo.
Agora parece haver também uma direção mais ou menos delineada, já que as actas referem que os responsáveis de política monetária da Fed reviram em baixa a sua perspetiva para as subidas dos juros este ano, na sequência do tumulto registado, entretanto na banca. Os decisores salientaram que se manterão vigilantes perante a possibilidade de um aperto no crédito – que poderia, a acontecer, levar a uma desaceleração adicional da economia.
De acordo com a Fed, a essa recessão moderada de finais deste ano seguir-se-á um período de dois anos de retoma.