Grupo Carrinho: construir um negócio para alimentar o futuro de Angola
Em Angola, a empresa familiar Carrinho construiu um dos parques alimentares mais modernos do mundo, e ao fazê-lo, embarcou na transformação do país para um futuro melhor. Composto por 17 fábricas, que produzem mais de 20 produtos de consumo diferentes, o parque alimentar é uma força motriz para a segurança alimentar do país. Leia a reportagem do Bühler Annual Report.
É como se um OVNI tivesse aterrado no deserto – astronómico, de 43 hectares de tamanho, ao que equivale a 60 campos de futebol. É inevitável que as pessoas fiquem impressionadas ao se aproximar da cidade, pois, o contraste com a circunvizinhança é visível. Todavia, ao longo das estradas não pavimentadas, vêm-se dezenas de reboques atrelados (nos arredores os quais foram referidos), do mesmo modo, enfrenta-se um amontoado de resíduos espalhados por todo o lado, onde adultos vasculham materiais recicláveis, enquanto as crianças brincam despreocupadas e efusivas.
A certeza manifesta de pobreza. De modo que, de acordo com o Banco Mundial, cerca de um terço da população em Angola ainda vive abaixo do limiar de pobreza absoluta, enfrentando uma elevada taxa de desemprego e um custo de vida crescente, particularmente pelo preço dos alimentos.
Portanto, a insegurança alimentar e a subnutrição representam problemas graves. Literalmente, entrar no parque alimentar provoca a real sensação de estar num outro globo. Os edifícios estão equipados com tecnologia, equipamento e maquinaria de última geração, escritórios movimentados com empregados, enquanto robôs totalmente automatizados carregam as embalagens em paletes.
Munido de um plano de saúde, segmentado na categoria de uma enfermaria que da assistência gratuita; uma cafetaria, e por fim, uma academia para formação e educação contínua. Estamos diante de um evento real, ademais, uma das maiores e mais modernas instalações de produção de alimentos básicos – um parque alimentar com 17 fábricas totalmente integradas, erguido pela empresa familiar Carrinho, o que representa um farol de esperança para todo o país.
“A nossa missão é transformar Angola. Queremos que o país seja capaz de se abastecer novamente de alimentos”, diz Nelson Carrinho, CEO do Grupo Carrinho.
Hoje, o país importa mais de metade dos seus produtos alimentares, porém, com os esforços da Carrinho, isso está a mudar. Arroz, massas, farinha de trigo (um dos mais importantes produtos para base alimentar),e milho, biscoitos, óleo alimentar, maionese, margarina, ketchup, e cereais são produzidos no parque alimentar a partir de matérias-primas, e embalados para venda como produtos finais, em processos sofisticados e altamente automatizados de produção e logística.
“O nosso objectivo é construir toda a cadeia de valor da produção alimentar no país”, explica Carrinho. Para Angola, o parque alimentar da Carrinho em Benguela é um segmento que veio revolucionar o mercado Industrial em Angola.
Com a conclusão do complexo de produção da Carrinho no corrente ano (2023), prevê-se com a sua terceira expansão, 610.000 toneladas de alimentos básicos serão produzidas aqui todos os dias, incluindo 180.000 toneladas de arroz, 250.000 toneladas de farinha de trigo, e 180.000 toneladas de farinha de milho. Isto é suficiente para alimentar quase metade de toda a população, ou seja, 15 milhões de angolanos.
A Carrinho vende a maior parte da mercadoria, através das suas próprias lojas grossistas, com uma porção menor fornecida aos pequenos mercados locais. Quão agigantado é o parque alimentar: os silos têm uma capacidade de 100.000 toneladas métricas de cereais e 55.000 toneladas métricas de produtos de óleo vegetal bruto, porquanto, o seu fundador, Nelson Carrinho, fala modestamente sobre estas conquistas. E com seu poder visionário, espirito de firmeza e determinação, patriotismo, e o seu carisma positivo contagioso, declara: “Temos de cumprir o nosso propósito, todos os dias.”
Em virtude da sua alma patriótica e um otimismo consistente, alimentada por sua crença num futuro melhor para o seu país, o fundador do grupo Carrinho, foi movido desde o início. O seu pai morreu quando ele ainda era jovem, um adolescente de apenas 15 anos, pois, ele assumiu a contabilidade no bar gerido pela sua mãe, Leonor Carrinho.
O negócio, que ela estabeleceu em 1993, estava a correr bem, o que lhe permitiu estudar na África do Sul. No seu regresso a Angola, em vez de procurar a sua fortuna na indústria petrolífera, como a sua mãe havia previsto, destemidamente iniciou um negócio próprio, incluindo um bar. Depois de fazer dele o melhor ponto de encontro da cidade, passou para a restauração, e sequentemente para o negócio da família Carrinho.
O que atestou os Carrinho, uma vez mais como sendo sérios, comprometidos e empresários bem-sucedidos, um curso que primeiramente, alavancou na área de catering, fluindo para a florescente indústria de construção de Angola, depois para os militares, e adquirindo elevada experiência no sector alimentício, a sua logística e sua respectiva preparação.
De acordo com Nelson Carrinho, CEO do grupo CARRINHO, “A nossa missão é transformar Angola. Queremos que o país seja capaz de se abastecer novamente de alimentos”.
O conhecimento e a confiança que cresceram com sucesso permitiram que o sonho de uma Angola autossuficiente amadurecesse no Carrinho. Quando lhe perguntam porquê, responde clara e simplesmente:
“Amo o meu país. Não haveria qualquer necessidade de dependência de importações estrangeiras. Costumávamos ser autónomos em todas as culturas alimentares básicas exceto o trigo, mas isso foi antes dos portugueses deixarem o país em 1975 e isso foi subsequente afundaram-se na miséria e no caos, numa guerra civil que durou quase 30 anos. Só precisamos de nos lembrar disso novamente”, diz Nelson Carrinho.