Governo inscreve Palanca Negra Gigante a património natural da UNESCO
A ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, revelou, recentemente, em Benguela, que está em curso um processo, bastante avançado, que visa inscrever a Palanca Negra Gigante, uma espécie rara no mundo, que só existe em Angola, a património natural da UNESCO. Para além desse mamífero, a governante deu, igualmente, conta da inscrição de parques nacionais
A governante tem na iniciativa uma oportunidade única para reconhecer e, por conseguinte, preservar a riqueza da biodiversidade, de modo a promover o turismo sustentável e a consciencialização global. Revelou que nos próximos tempos, uma equipa de peritos se vai encarregar de algum trabalho tendente à efectivação da pretensão do Governo. “Avançados estamos no processo de inscrição de importantes patrimónios naturais a UNESCO, como os nossos parques nacionais e a emblemática Palanca Negra Gigante”, frisou.
Segundo o jornal Opaís, Ana Paula de Carvalho fez saber que a reactivação de saneamento, liderada pelas comunidades e escolas, se afigura como uma abordagem inovadora por capacitar as comunidades locais para adoptar tecnologias de saneamento apropriadas e de baixo custo. “É para nós uma prioridade absoluta. Um programa que teve sucesso nos anos passados, onde a experiência piloto de implementação foi iniciada em 2008 e já abrangeu 11 províncias do País”, disse. Acrescentou de seguida que “as intervenções realizadas evidenciam ganhos e casos de sucesso, com um nível de eficácia de 18% em 11 províncias em 2015, e de 38% em 4 províncias, nomeadamente Bié, Cunene, Huíla e Moxico, em que o programa continuou activo até 2019”.
Por outro lado, a ministra do Ambiente considera a gestão de resíduos sólidos um dos principais desafios do sector que dirige, para além de constituir um atentado à saúde pública, daí que, no seu ponto de vista, se exija do Governo acção conjunta. “E aqui chamamos atenção em particular para a poluição de plásticos, uma batalha crucial na redução da poluição e protecção dos nossos oceanos”, sublinhou, tendo-se referido ao empenho do seu ministério na implementação de medidas rigorosas para eliminar plásticos de uso único e/ou desnecessário.
A titular do sector sustenta, pois, que os dias que correm se afiguram como desafiadores, porquanto a pressão sobre o ambiente nunca tinha sido tão intensa como actualmente. A crise climática, aliada à degradação ambiental – elenca a governante – são ameaças que o país não as deve ignorar. Ana Paula de Carvalho referiu, porém, que é também nesses momentos de adversidade que se deve encontrar oportunidades para a inovação.
Aos participantes, ao longo do segundo Conselho Consultivo, ocorrido recentemente na cidade da Catumbela, a ministra assegurou que, no domínio da biodiversidade, se leva a cabo a revitalização de áreas de conservação, embora reconhecesse falta de recursos financeiros para a materialização de tal fim, na perspectiva de pôr termo ao combate ilegal da flora e da fauna. “Esse é, na verdade, outro compromisso que a cada dia nos atormenta.
O combate ao tráfico ilegal da nossa fauna e flora é também para aqui chamado, uma vez que é objectivo primordial a garantia da sobrevivência das espécies em perigo, reconhecendo a importância vital desses ecossistemas para a saúde do nosso planeta e o bem-estar das comunidades locais”, sustentou. De acordo com Ana Paula de Carvalho, pretende-se criar condições para potencializar e transformar os parques nacionais em lugares mais atractivos. E, nesta senda, começar-se-á pelos parques Nacional da Quissama e do Luengue-Luiana.
No entender da governante, “através desses ecoturismo, turismo Cinegético e entre outros serviços do Ecossistema, temos a absoluta certeza que este investimento terá os seus grandes retornos a médio e longo prazo, um mecanismo do elevar da nossa economia nacional, mas, fundamentalmente, uma alavancagem em prol das comunidades e da própria protecção das áreas”.
Seca afecta 8 por cento da população no sul, diz ministra
A governante revelou que a seca afecta 8% da população concentrada na região sul do país, ao passo que as cheias e/ou inundações provocadas pelas chuvas, não obstante, estarem abaixo da percentagem aludida, ocorrem com maior frequência. Em função disso, está em curso um processo de mapeamento de locais onde ocorrem com maior incidência. “Por isso mesmo, não nos podemos esquecer da importância dos mangais, verdadeiras barreiras naturais contra a erosão costeira e habitats essenciais para a biodiversidade marinha, para além de serem uma grande fonte de captação de carbono, dando um grande contributo para os efeitos das alterações climáticas”, rematou.
A titular do departamento ministerial, responsável pela gestão ambiental, disse ser necessário investir na educação e capacitar as comunidades para que elas possam liderar iniciativas de limpeza e preservação do ambiente. “Nós, o Ministério do Ambiente, estamos engajados na implementação das estratégias e empenhados em colocar o Ambiente no nosso Currículo Escolar de base”, deu nota, para logo a seguir reforçar que as alterações climáticas são outra questão que merece uma atenção especial.