Fundação Dr. Agostinho Neto pretende transmitir experiência no domínio da investigação científica

A Fundação Dr. António Agostinho Neto e a Fundação Kenneth Kaunda pretendem, no futuro, rubricar vários protocolos de cooperação, assentes nos domínios da promoção da Investigação Científica, Educação Patriótica, Tecnologia e Cultura. A intenção foi manifestada pelas partes durante um encontro de cortesia mantido, na terça-feira, numa sala de reuniões do Hotel Intercontinental, em Lusaka, capital da Zâmbia.
A Fundação Dr. António Agostinho Neto esteve representada pela presidente da instituição, Maria Eugénia Neto, o administrador Amarildo da Conceição e a directora Cheron Campos. Pela parte zambiana fizeram-se representar os filhos do primeiro Presidente da Zâmbia, nomeadamente, Kaweche Kaunda e Tilgengi Kaun-da, o director nacional dos museus da Zâmbia, George Mudenda, a representante dos Recursos Estrangeiros e Negócios, Clara Mubanba, e do sector Tradicional e da Cultura do Ministério do Turismo da Zâmbia esteve Cosmas Lukupulo.
Como o encontro foi mantido pela primeira vez entre as instituições, ainda não foi possível fazer nenhum tipo de acordo de cooperação, mas ficou a intenção de nos próximos tempos as partes intensificarem os mecanismos para futuros acordos.
O administrador da Fundação Dr. António Agostinho Neto, Amarildo da Conceição, começou por fazer um resumo dos objectivos da instituição, que foi criada em 2007. De acordo com Amarildo da Conceição, o propósito é a promoção de pesquisas e divulgação da vida e obra do primeiro Presidente da Angola, Agostinho Neto. A promoção de actividades que possam melhorar o bem-estar dos angolanos, disse, é outro dos objectivos da fundação.
Amarildo da Conceição explicou que uma das visões da instituição é incentivar a criação, inovação e a investigação científica e tecnológica. A ideia, disse, é promover actividades que possam agregar mais conhecimentos para o desenvolvimento humano em Angola. A promoção dos direitos do cidadão, frisou, é também outro dos objectivos da criação da fundação. Ressaltou que a fundação está aberta a parcerias com outras instituições similares no continente e no resto do mundo. Destacou, igualmente, que têm todo o prazer de poder colaborar com a Fundação Kenneth Kaunda na materialização de vários projectos, sobretudo pelo facto de o primeiro Presidente zambiano ter sido um “irmão para Agostinho Neto”.
Por isso, explicou, a instituição vai continuar a apoiar e trabalhar para que no curto prazo seja colocado no país também um busto do Presidente Kaunda. “Estamos ligados historicamente e a nossa acção ao longo dos 15 anos de existência tem sido a promoção da investigação sobre a vida de Neto, que depois dá origem à publicação de trabalhos editoriais em DVD, livros e discos”, explicou
Ambiente e Patriotismo
A Fundação, disse, tem estado, igualmente, a trabalhar na defesa do Ambiente, pelo facto do primeiro Presidente de Angola ter sido uma pessoas muito dedicada às causas ligadas à protecção do meio ambiente no país. Por este facto, referiu, a viúva do Presidente Neto, Maria Eugénia Neto, agora presidente da Fundação, tem procurado dar continuidade ao legado de Neto nas questões de cariz ambiental.
Explicou ainda as razões que levam a Fundação a apostado muito nas questões sociais e pesquisa sobre a vida e obra do Fundador da Nação Angolana. Amarildo da Conceição disse que a aposta reside no facto de muitos jovens desconhecerem a figura do primeiro Presidente angolano e a falta de formação patriótica.
Desta forma, lembrou, espera-se que a juventude, sobretudo, participe e esteja mais engajada na construção do desenvolvimento do país.
Sendo assim, disse, os trabalhos de investigação já geraram cerca de 60 livros e DVD sobre o a vida e obra de Agostinho Neto, que foram distribuídos de forma gratuita em bibliotecas, mediatecas, centros culturais e missões diplomática, para levar a informação sobre a vida e obra de Neto. Explicou que em Angola, semanalmente, se faz a promoção do projecto “Sábados nos Musseques”, título de um dos poemas de Agostinho Neto, em que se leva para as escolas públicas e as zonas mais distantes da cidade informações sobre a figura de Neto. “O programa é acompanhado dos materiais produzidos pela Fundação”, disse.
Deu ainda detalhes sobre o projecto “Arquivo Oral”, que está essencialmente ligado à recolha de depoimentos de pessoas que privaram com Neto. Infelizmente, disse, não foi possível fazer a recolha de depoimentos do Presidente Kaunda, por questões administrativas na época. Trabalhos similares, frisou, já foram desenvolvidos na Tanzânia, onde se colheu vários depoimentos de importantes nacionalistas daquele país.