França reitera empenho na luta contra o jihadismo em África

A França reafirmou, esta quinta-feira, 11 de Maio, pela voz da sua Secretária de Estado Desenvolvimento, Chrysoula Zacharopoulou, o seu compromisso e o da União Europeia (UE) na luta contra o jihadismo em África, rejeitando a acusação de “dois pesos e duas medidas” em relação ao seu apoio à Ucrânia. “Para nós, franceses, e para a União Europeia, não há dois pesos e duas medidas, como se ouve frequentemente em relação à agressão russa na Ucrânia”, afirmou a responsável dso governo francês que falava durante uma visita à Academia Internacional de Combate ao Terrorismo (AILCT) em Jacqueville, perto de Abidjan, na Costa do Marfim, onde soldados africanos são treinados na luta contra o jihadismo. “Podem sempre contar com o empenho total e determinado da França neste projecto (…) numa altura em que outras potências só se envolvem em parcerias de segurança através das suas milícias”, acrescentou, referindo-se ao grupo paramilitar russo Wagner, presente em vários países africanos.

Sahel, Moçambique, Somália
Zacharopoulou participou na primeira reunião do conselho de administração da AILCT, que foi criada em 2021 pela França e pela Costa do Marfim e à qual se juntaram mais tarde a União Europeia (EU), a União Africana (UA), a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o Canadá, os Países Baixos, a Espanha, a Austrália, a Suíça e os Estados Unidos.
“Precisamos de desenvolver a formação, o equipamento, a investigação, aumentar a capacidade da academia e abri-la a novos países”, disse o Secretário de Estado. “Temos com esta academia uma das armas mais modernas, eficazes e sustentáveis na luta contra o terrorismo” que está a minar os países do Sahel, Moçambique e Somália, impedindo “centenas de milhões de pessoas de viverem em paz, de planearem o futuro” e “regiões inteiras de se desenvolverem”, acrescentou.
Na África Ocidental, a Costa do Marfim é um dos últimos parceiros da França na luta contra os jihadistas desde a saída das tropas francesas do Mali e do Burquina Faso, exigida pelos seus líderes, dois militares putschistas, Assimi Goïta e Ibrahim Traoré, no poder desde 2020 e 2022, respectivamente.

Recorde-se que o Mali e o Burquina Faso foram excluídos da CEDEAO e da UA e “não podem beneficiar, por enquanto, da formação da AILCT”, lembrou o ministro da Defesa da Costa do Marfim, Téné Birahima Ouattara, também presente em Jacqueville.

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