FMI elogia políticas do Governo angolano e recomenda a forte dinâmica das reformas
Avaliação do Conselho Executivo
A instituição saudou o compromisso das autoridades com suas metas fiscais e de dívida de médio prazo e pediu ajustes ambiciosos e favoráveis ao crescimento para atingir essas metas.
O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou as políticas sólidas implementadas pelo Governo angolano, saudou a recuperação económica em 2022 e o seu empenho nas reformas, após a conclusão do programa apoiado pelo Fundo.
O FMI recomendou, no entanto, a necessidade de as autoridades angolanas continuarem a forte dinâmica das reformas estruturais, uma vez que estas são essenciais para diversificar a economia de Angola, salvaguardar a estabilidade macroeconómica duramente conquistada e alcançar um crescimento inclusivo e sustentável.
As recomendações foram feitas no âmbito do Artigo IV, a análise anual da economia de Angola, consultado pelo 4 DE FEVEREIRO, ao abrigo da qual o FMI traçou uma visão de boa recuperação da economia angolana “apoiada pelo aumento de preços de petróleo, melhoria na produção de petróleo e actividade resiliente não petrolífera”.
O órgão antevê que o crescimento para este ano deverá ascender aos 3,5% prevendo também uma queda na inflação de 13,8% para 12,3%. O crescimento deverá atingir os 4% “a médio prazo” e a inflação “deverá continuar na sua via gradual de declínio, atingindo um dígito em 2024.
O conselho de administração do FMI vê com bons olhos o empenho das autoridades sobre as suas metas orçamentais e de dívida a médio prazo e defendeu ajustamentos ambiciosos e amigos do crescimento para cumprir essas metas.
Ainda assim, encorajaram o governo a prosseguir os seus esforços no sentido de reforçar a estabilidade financeira, com base em fortes progressos anteriores. Observaram, em particular, a necessidade de implementar a restante legislação secundária necessária à plena implementação da Lei das Instituições Financeiras, incluindo para a recuperação bancária e o planeamento da resolução.
A instituição financeira internacional também enfatizou a importância de Angola adoptar uma abordagem mais abrangente para lidar com os bancos problemáticos. Os esforços para resolver o problema dos empréstimos improdutivos devem continuar.
Dados estatísticos publicados juntamente com a declaração indicam que as reservas cambiais de Angola deverão este ano aumentar ligeiramente de 14.479 milhões em 2022 para 14.769 milhões, o suficiente para cobrir 6,4 meses de importações.
O FMI saudou o empenho das autoridades em reformas do sistema de subsídios de combustíveis quando as condições o permitirem e encorajaram o governo de Angola a acelerar “o programa de transferência monetária”, uma referencia ao programa Kwenda de apoio às famílias mais pobres.