Familiar do presidente do Zimbabwe condenada por contrabando de ouro
Um membro da família do presidente do Zimbabwe foi condenado por tentar contrabandear ouro no valor de mais de 330.000 dólares, informou a BBC.
O caso remonta a 2020 quando Henrietta Rushwaya, que é presidente da Federação dos Mineiros do Zimbabwe, foi apanhada com seis quilos em barras de ouro quando viajava de Harare, capital do Zimbabwe, para o Dubai, nos Emiratos Árabes Unidos. O preciso metal foi detectado na sua mala à passagem pelo scanner do aeroporto. Rushwaya tentou defender-se dizendo que tinha apanhado a mala errada, mas foi acusada de apresentar uma licença de exportação inválida. De acordo com a lei, todas as exportações de ouro devem ser acompanhadas de uma licença.
Rushwaya, que não é parente de sangue do presidente do Zimbabwe, mas, de acordo com as tradições do seu grupo étnico Shona, é considerada sua sobrinha, foi colocada em prisão preventiva e aguarda a sentença no dia 10 de Novembro. Rushwaya foi acusada juntamente com dois agentes da agência nacional de informações do país, que, entretanto, foram ambos absolvidos por falta de provas.
A sua condenação surge na sequência de uma investigação secreta efectuada por jornalistas da estação de televisão Al-Jazeera que mostrava que enormes quantidades de ouro tinham sido contrabandeadas do Zimbabwe para os Emirados Árabes Unidos por pessoas com ligações a altos funcionários do governo. De acordo com a investigação jornalística foram utilizadas redes de empresas inactivas, facturas falsas e funcionários subornados.
Na sequência do documentário, o governo anunciou que iria abrir um inquérito. “Qualquer pessoa que se tenha envolvido em actos de corrupção, fraude ou qualquer forma de crime, enfrentará toda a ira da lei”, lê-se na declaração.
Após a sua chegada ao poder, em 2017, quando os militares perpetraram um golpe contra o líder de longa data, Robert Mugabe, o presidente Emmerson Mnangagwa prometeu combater a corrupção, mas os seus críticos afirmam que pouco ou nada mudou desde então.
Recorde-se que Mnangagwa foi reeleito, há alguns meses, para um segundo mandato com 52,6% dos votos, numa eleição que, segundo a oposição, foi marcada por uma fraude generalizada.