Executivo e avicultores criam estratégia para aumentar oferta de frangos e ovos
O Executivo angolano assumiu quinta-feira, em Caxito, província do Bengo, o compromisso de criar, até ao final do ano, um stock de cerca de 20 mil toneladas de milho e soja através do Entreposto Aduaneiro de Angola (EAA), para salvaguardar a produção da associação de avicultores e agropecuária de Angola.
De acordo com José de Lima Massano, citado pelo jornal de Angola, a medida deve proporcionar o aumento da produção de ração para a garantia da estabilidade e segurança aos produtores de carne de frango no país, numa altura em que ainda existe um défice na produção de milho e de soja.
“Vamos entrar com o entreposto que faz a gestão da Reserva Estratégica Alimentar, e então teremos esse mecanismo também a constituir uma reserva destes produtos para que sempre que tivermos quebras na oferta poder intervir”, disse.
Para o alcance dos objectivos José de Lima Massano anunciou um observatório para acompanhar a implementação destas e outras medidas entre os Ministérios da Agricultura e Florestas e da Indústria e Comércio e as duas Associações, para as devidas correcções e em tempo útil.
A medida vem ainda dar resposta à “forte preocupação” do Executivo em relação à segurança alimentar, sendo o frango parte de um conjunto de produtos que mais pesam na cesta básica das famílias angolanas.
Sublinhou que, neste contexto, a criação de condições está a ser feita para que a oferta seja cada vez maior, isto com a produção nacional gerando mais oportunidade de renda para se atingir a auto-suficiência alimentar nacional.
Produção de 10 mil toneladas de frango
Na ocasião o presidente da Associação dos Avicultores de Angola, Rui Santos, prevê a produção de 10 mil toneladas de frango anualmente, até 2025, para a redução da importação deste alimento.
Dados do mercado indicam que, actualmente, o Governo angolano gasta por ano cerca de 250 milhões de dólares para a importação de frangos, registando um défice de produção de 290 mil toneladas.
As necessidades do país estão estimadas em 300 mil toneladas, mas são produzidas apenas 10 mil toneladas.
Recentemente, o secretário de Estado da Agricultura, João Cunha, referiu que “o segredo” para se atingir rapidamente as quantidades que o país necessita “têm a ver com a produção da matéria-prima, neste caso do milho e da soja”, para a alimentação dos animais.
O governante angolano salientou que o sector empresarial é chamado para suprir essas necessidades e “reduzir substancialmente a importação que está à volta de 250 milhões de dólares”.
“Angola tem condições de o fazer e o Governo tudo está a fazer no sentido de ainda a curto prazo podermos assistir a esta inversão da situação que vivemos actualmente”, frisou o responsável, citado pela Lusa.