Eritreia mobiliza reservistas à medida que os combates na Etiópia se intensificam

Uma mobilização militar está em curso na Eritreia – país da zona do chamado Corno de África. Os reservistas até aos 55 anos de idade foram chamados para reforçar o exército, de acordo com informações das autoridades daquele país.
Ontem, quinta-feira, na capital, Asmara, muitos homens foram levados em poucas horas para a linha da frente ao longo da fronteira comum do país com a região do Tigré, na Etiópia, adiantou a BBC.
Foi também dito aos reservistas em outras partes do país para se apresentassem nas suas respectivas unidades.
Recentemente, têm-se intensificado os assaltos em muitas áreas, incluindo Asmara. As forças de segurança estão a efectuar operações stop para verificar se as pessoas estão isentas de recrutamento militar. Alguns reservistas foram aconselhados a trazer os seus próprios víveres, tais como, cobertores garrafões de água, comida. Relatos davam conta de mães, filhos e esposas a chorar, enquanto se despediam dos seus filhos, pais, irmãos e maridos.
A mais recente mobilização na Eritreia criou receios de que o conflito na vizinha região do Tigré, na Etiópia, pudesse escalar ainda mais.
Os combates entre o governo etíope e as forças independentistas da região do Tigré recomeçaram no mês passado, após cinco meses de tréguas por razões humanitárias.
Entretanto os líderes do Tigré acusaram a Eritreia de estar a reunir tropas em conjunto com as etíopes na zona ocidental da fronteira comum.
Recorde-se que, na fase inicial do conflito, as forças da Eritreia lutaram ao lado do exército governamental etíope contra os separatistas. Foram acusadas de ter perpetrado atrocidades facto que sempre negaram.
Os EUA impuseram sanções às Forças de Defesa da Eritreia e ao partido no poder na Eriteia, o PFDJ, como resposta ao seu envolvimento no conflito etíope.