Elon Musk inunda de Twittes próprios contas de utilizadores da plataforma

Quando o multimilionário Elon Musk iniciou a campanha para comprar o Twitter, há quase um ano, afirmou que queria restabelecer a “liberdade de expressão” na plataforma, a que chamou a “praça pública da cidade.”
Mas rapidamente os seus actos refletiram uma prioridade bem mais simples: Musk queria controlar o Twitter, ou não fosse esta a plataforma preferida dos meios de comunicação social.
À medida que a saga da compra se prolongava, a justificação de Musk para a compra da empresa conhecia novos contornos: o Twitter foi, disse ele, invadido por robots de spam, e estava a manipular os utilizadores com um algoritmo poderoso.
Musk acabou por comprar o Twitter em finais de Outubro por 44 mil milhões de dólares, alavancado com 12,5 mil milhões de dólares em empréstimos. Desde então, as suas acções revelaram que a sua prioridade nunca foi a liberdade de expressão sem restrições.
Na segunda-feira, 13 de Fevereiro, muitos utilizadores do Twitter relataram que a página For You de Musk estava repleta de tweets do próprio, ou de pessoas que lhe respondiam. Nada foi obra do acaso, sendo o próprio Musk que ordenou. No domingo, 12 de Fevereiro, depois do Super Bowl, Musk ficou irado por um dos seus tweets sobre o jogo ter tido um desempenho pior do que um do presidente Joe Biden, de acordo com o relatório do boletim informativo Platformer. De acordo com o “The Verge”, o bilionário reuniu-se com alguns engenheiros na semana passada, e vociferou: “Isto é ridículo! Tenho mais de 100 milhões de seguidores e obtive apenas dezenas de milhares de likes!” Segundo a Platformer, Musk pediu então aos engenheiros que investigassem se o seu alcance no Twitter havia caído devido a problemas com o algoritmo.
Mostrando a Musk dados internos e um gráfico do Google Trends sobre a sua conta, um dos dois principais engenheiros do Twitter sugeriu que a redução de suas visualizações poderia estar relacionada com uma possível falta de interesse do público desde que ele comprou a plataforma. Foi o bastante para que Musk demitisse o colaborador. Sobre o excesso de visualizações “compulsórias” desta terça, o Twitter não comentou nada.