CSC anuncia primeira exportação de ferro gusa

A Companhia Siderúrgica do Cuchi (CSC), do Cuando Cubango, produziu, em seis meses, cerca de 19 mil toneladas de ferro gusa, que já se encontram concentrados no Porto Comercial do Namibe para a exportação nos próximos dias para a China.

O director de Produção da CSC, Wilton de Oliveira, que anunciou estes factos no final de uma visita do presidente do Conselho de Administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), Lello Francisco, àquela unidade, na quarta-feira, disse que estão a ser criadas condições para que o primeiro carregamento deixe o Porto Comercial do Namibe no dia 5 de Novembro.

Wilton de Oliveira informou que a produção da CSC, inaugurada a 31 de Agosto último, ocorre a um ritmo médio de 170 toneladas por dia, abaixo da capacidade instalada de 230 toneladas, algo que sucede por razões técnicas que estão a ser solucionadas à luz da assistência recebida pela companhia.

Além da China, a CSC tem contactos avançados para a exportação do ferro gusa para os Estados Unidos, um país que figura entre os principais interessados em comprar a matéria-prima.

A companhia iniciou a produção experimental no dia 1 de Maio deste ano, empregando um efectivo de 1.600 empregos directos, constituído em 90 por cento por trabalhadores angolanos.

Com investimentos de 90 milhões de dólares, o projecto está implantado numa área total de 62.500 hectares, onde a parte fabril ocupa 2.500 e os restantes 60 mil estão destinados à silvicultura, com plantio de eucaliptos e aproveitamento do material lenhoso, para garantir a sustentabilidade do ambiente.

Wilton de Oliveira considerou que a CSC está a acompanhar com êxito o processo de plantio de eucaliptos para a produção de carvão que vai assegurar o funcionamento da fábrica, tendo já plantadas mais de 200 mil mudas, das 300 mil previstas até ao final do ano.

Segundo Wilton de Oliveira, a plantação de eucaliptos vai impedir a desflorestação no Cuchi, garantindo o fornecimento do carvão que vai ser utilizado no processo de fundição.

Por este motivo, assegurou que a CSC vai continuar com o processo de plantio, para garantir a sustentabilidade ambiental, com vista a proteger a flora para reforçar e substituir a cortina verde em torno do perímetro da fábrica.

O projecto começou a ser erguido em 2015, com aprovação do Decreto Presidencial nº 81/15, de 20 de Abril, tendo criado as bases para que os promotores, empresários angolanos e brasileiros, viabilizassem a operação junto do Estado.

Produção decarbonizada

O presidente do Conselho de Administração da AIPEX elogiou a magnitude da CSC, sendo o primeiro e único até agora no país que usa o combustível verde para a produção de ferro.

Valorizou a operação pelo potencial para gerar recursos em divisas para o país provenientes das exportações e pela oferta de emprego, estimada em mais de cinco mil empregos directos, quando estiver totalmente implantada.

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