Contas equilibradas ajudam a atrair investimentos

A desaceleração da inflação que, em Agosto último, caiu para 19,7 por cento, diante dos 30 no período homólogo, e da dívida pública, que no primeiro trimestre baixou para 66 do PIB, representa o equilíbrio das contas e maior preparação do país para absorver investimentos.

A informação foi avançada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, ao discursar no acto de admissão de 25% das acções representativas do Banco Caixa Geral de Angola (BCGA).

Manuel Nunes Júnior lembrou que de um pico de 41%, em 2016, a inflação caiu para 30% em Agosto do ano passado e para 19,7% no mesmo mês do ano em curso, com expectativas de que venha a diminuir ainda mais, mantendo a tendência decrescente.

A dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), prosseguiu, tem estado a diminuir, tendo o seu stock baixado de 128,7% do PIB, em 2020, para 82,1%, em 2021.

As contas internas e externas do país estão equilibradas, graças às medidas que foram tomadas nos últimos cinco anos, afirmou o ministro, notando que, no domínio das contas internas, de 2018 a 2022 (com excepção de 2020), os saldos orçamentais do país foram superavitários, quando, no período de 2014 a 2017, Angola enfrentou défices orçamentais sucessivos.

O indicador positivo das contas externas foi provocado pelo equilíbrio dos saldos conta corrente da balança de pagamentos de 2018 a 2021, “o que significa que os fluxos de moeda externa têm sido superiores à saída destes recursos do país”, garantindo a estabilidade das Receitas Internacionais Líquidas (RIL).

Manuel Júnior enfatizou ainda o facto de, desde Novembro do ano passado, que a moeda nacional estar a seguir uma trajectória estável e a funcionar normalmente no mercado cambial.

“Nós agora estamos a viver um momento em que as taxas de inflação estão a diminuir. Graças às medidas que foram tomadas em tempo oportuno estamos a viver um momento positivo das contas externas e externas que fazem com que tenhamos taxas de inflação a diminuir”, declarou.

Mais crédito

O corte da taxa directora de juro decido pelo Banco Nacional de Angola (BNA), na última sessão do Comité de Política Monetária, reflecte, de acordo com o ministro, outro indicador positivo, “porque pode levar a que as taxas que eram muito altas comecem a diminuir”, para aumentar o crédito à economia e fazer com que haja mais investimentos.

Questionado sobre a possibilidade do abrandamento do ritmo da economia internacional poder afectar a trajectória de crescimento nacional, o responsável considerou que o país conseguiu criar um sistema que coloca a economia mais forte para fazer face às situações que se vivem no mundo em geral,

Porém, admitiu que o país não está livre de sofrer com as consequências dos desafios mundiais, mas, mantém sustentáveil o optimismo dos indicadores positivos da economia nacional.

Para a ministra das Finanças, Vera Daves, os resultados alcançados com a venda em bolsa das acções dos bancos BCI, BAI e BCGA, detidos indirectamente pelo Estado, através da Sonangol, no âmbito do Programa de Privatizações (PROPRIV), confirmaram os prognósticos mais optimistas sobre o grande apetite dos investidores.

Vera Daves ressaltou que, com a abertura da BODIVA, o mercado de acções dispõe agora de novos títulos e oportunidades de investimento para os pequenos investidores, consolidando um caminho desejado para que o mercado de capitais proporcione alternativas para o financiamento de projectos empresariais e para a remuneração das poupanças.

Para a ministra, esta alternativa de financiamento e investimento será tanto mais robusta quanto mais ampla e mais efectiva for a educação financeira de todos os angolanos, numa perspectiva de conhecimento de todas as alternativas para a poupança e o investimento, assim como dos riscos inerentes.

O Estado angolano dispõe ainda de outros activos de referência que serão privatizados e disponibilizados ao mercado de bolsa de acções, com destaque para a TV Cabo-Angola, Sonangalp e ENSA, para além de outros, sobre os quais estão em curso trabalhos de preparação.

“Estamos a caminhar para a definição daquilo que poderá ser o carro chefe, mas seguramente a melhoria do ambiente de negócios, a robustez das empresas e as oportunidades que o crescimento económico dos próximos tempos irá gerar, torna possível a entrada de outros ‘players’ também do sector privado na nossa bolsa”, afirmou a ministra

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