Chinês extraditado para o Malawi por vídeos racistas
A Zâmbia extraditou um cineasta amador chinês para o vizinho Malawi, a pedido das autoridades deste último país. O cidadão chinês, que vivia no Malawi, enfrenta agora acusações de racismo e exploração infantil.
Lu Ke residia legalmente no Malawi quando, através de uma reportagem BBC Africa Eye, viu o seu caso ser exposto. A reportagem daquele órgão de informação dava conta que Lu Ke utilizava crianças locais para filmar vídeos de saudação personalizados, muitos dos quais com conteúdos racistas. Neles podiam ver-se crianças de uma aldeia do Malawi, clamando em língua chinesa, sem entenderem nada do que diziam, frases como: “eu sou um monstro negro” ou “tenho um QI muito fraco”. Os vídeos eram posteriormente postos a circular nas redes sociais e plataformas de Internet chinesas, podendo custar até 70 USD.
Lu Ke acabou por ser descoberto ao ser filmado secretamente por um jornalista local que se fez passar por potencial comprador. Visivelmente perturbado, Lu Ke começou por admitir a autoria dos vídeos, mas pouco depois negou que os tivesse realizado.
Segundo o South China Morning Post, o documentário da BBC Africa Eye levou a China a prometer combater o racismo online contra os africanos. Também na sequência do vídeo, as plataformas populares de redes sociais na China tomaram medidas para impedir a circulação deste tipo de vídeos.