CC de Moçambique fixa 15 de Janeiro como data para a tomada de posse de Daniel Chapo
O Conselho Constitucional (CC) de Moçambique fixou ontem, quinta-feira, dia 2 oficialmente, o dia 15 de Janeiro para a tomada de posse do novo Presidente da República, que sucede a Filipe Nyusi, referiu, em comunicado, aquele órgão.
A 23 de Dezembro, o CC, última instância de recurso em contenciosos eleitorais, proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da FRELIMO, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 9 de Outubro.
Chapo, apontado pela FRELIMO como uma “proposta jovem” e que vai ser o primeiro chefe de Estado de Moçambique nascido após a independência, assumirá a Presidência moçambicana no ano em que o país assinala 50 anos de independência, um período marcado, entretanto, pela maior contestação aos resultados eleitorais desde as primeiras eleições, 1994. A sua eleição é, contudo, contestada nas ruas e o anúncio do CC aumentou o caos que o país vive desde Outubro, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane – candidato que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos mas que reclama vitória – em protestos a exigirem a “reposição da verdade eleitoral, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.
Além de Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido Podemos, no percurso até à Ponta Vermelha (Residencial oficial do Presidente da República), Chapo enfrentou nas eleições de 9 de Outubro Ossufo Momade (que obteve 6,62%), líder e apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal força de oposição, e Lutero Simango (que teve 4,02%), suportado e presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).