Botswana ameaça cortar laços com o gigante diamantífero De Beers
Nos termos do acordo de 2011, a empresa mineira De Beers recebeu 90% dos diamantes em bruto produzidos, enquanto o Botswana, o maior produtor de diamantes de África, recebeu apenas 10%. Em 2020, a quota do Botswana foi aumentada para 25%.
O Presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, advertiu, ontem, domingo, 12 de Fevereiro, que o seu país poderá romper o contrato com a gigante diamantífera De Beers caso as conversações para a renegociação de um acordo de vendas se revelem desfavoráveis ao seu país.
O último acordo de vendas data de 2011, regendo os termos e condições de comercialização dos diamantes produzidos pela Debswana, uma joint-venture 50/50 entre o governo e a empresa sul-africana, tendo expirado em 2021. Este acabou por ser prolongado pelas partes, devido à epidemia de Covid-19 terminando a 30 de Junho de 2023.
Intervindo num comício do Partido Democrático do Botswana (BDP, sigla em inglês), na sua aldeia natal de Moshupa, Masisi advertiu: “Se não chegarmos a uma situação de ganho mútuo, eles [De Beers] deverão fazer as malas e ir para casa.”
Nos termos do acordo de 2011, a empresa mineira De Beers recebeu 90% dos diamantes em bruto produzidos, enquanto o Botswana, o maior produtor de diamantes de África, recebeu apenas 10%. Em 2020, a quota do Botswana foi aumentada para 25%.
“Hoje, sabemos bem melhor como funciona o mercado de diamantes e descobrimos que temos recebido menos do que devíamos’, disse Masisi, que falava tanto em Inglês como em Tswana. “Também descobrimos que os nossos diamantes estão a dar muito lucro e que o acordo [2011] não foi bom para nós”, acrescentou, antes de avisar: “Queremos uma quota maior dos nossos diamantes. O negócio não pode continuar nestes termos.”