Angola recebe vacinas para combater o cancro do colo do útero

Angola recebeu, segunda-feira, dia 16, 1,4 milhões de doses de vacinas contra o HPV para reforçar as acções de prevenção e proteção da sua população contra o cancro do colo do útero, a principal causa de morte por cancro na região africana.

No âmbito da estratégia nacional de prevenção e protecção contra o cancro do colo do útero, Angola recebeu, segunda-feira, dia 16, mais de 1.400.000 doses de vacinas contra o Papilomavírus Humano (HPV, sigla em inglês), cientificamente reconhecido como a principal causa de mais de 90% dos casos de cancro do colo do útero.

Nos próximos dias, está prevista a chegada de mais um lote para completar os 2,2 milhões de doses de vacinas necessárias para garantir a imunização de cerca de 2.136.000 raparigas entre os 9 e os 12 anos de idade em todo o país.

De acordo com a Ministra da Saúde de Angola, Dra. Sílvia Lutucuta, “a vacinação para a prevenção do cancro do colo do útero representa um compromisso do Executivo angolano em proteger a saúde e o futuro das nossas meninas, garantindo gerações livres desta doença prevenível, em consonância com a Estratégia Global para a Eliminação desta doença até 2050, contribuindo assim para uma população mais saudável e economicamente sustentável.”

“Esta é uma oportunidade única para proteger as gerações futuras de uma doença devastadora. Vamos unir forças e garantir que todas as raparigas em Angola, independentemente do local onde vivem, recebam esta vacina que salva-vidas”, disse a ministra.

Também o representante interino da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Angola, Zabulon Yoti, afirmou que a vacina contra o cancro do colo do útero é uma ferramenta crucial para proteger as raparigas e construir gerações futuras mais saudáveis, sublinhando que “ao garantir a vacinação, o governo angolano está a dar um passo significativo para garantir que as raparigas angolanas cresçam num mundo onde o cancro do colo do útero é uma doença evitável, não uma sentença de morte.” E acrescentou: “Agora é o momento de nos unirmos e apoiarmos as iniciativas em curso para vacinar as nossas raparigas, reduzir drasticamente a incidência do cancro do colo do útero e construir um futuro mais saudável para a população angolana.”

Grave problema de saúde pública em África

O cancro do colo do útero é um grave problema de saúde pública que afecta cinco vezes mais e mata sete vezes mais mulheres africanas do que as mulheres dos países desenvolvidos. A OMS estima que cerca de 117.300 mulheres em África são diagnosticadas com cancro do colo do útero todos os anos e mais de 76.000 morrem da doença.

Estes números sublinham a urgência de um combate efectivo a este problema de saúde pública, que o Governo angolano iniciou corajosamente com a aquisição das vacinas CECOLIN, fabricadas pelo laboratório INOVAX, para imunizar 2.136.000 raparigas e adolescentes nas próximas semanas.

Esta vacina foi pré-qualificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e é considerada altamente eficaz e segura, necessitando apenas de uma dose para garantir a protecção ao longo da vida. Em todo o mundo, foram administradas mais de 50 milhões de doses da vacina contra o cancro do colo do útero, sem reacções adversas.

Para além da aquisição das vacinas, o governo, com o apoio dos seus parceiros, está a trabalhar para consolidar outros aspectos extremamente importantes para o sucesso da campanha de vacinação, incluindo o planeamento e o financiamento, a formação dos profissionais de saúde, a logística, a advocacia, a monitorização e a supervisão, bem como a mobilização e o envolvimento da comunidade. A operação está orçada em cerca de mais de 20 milhões de dólares e envolve a vacinação em duas fases: nas escolas e nas comunidades do país.

Por sua vez, a Representante Residente do PNUD em Angola, Dra. Denise António, disse que a chegada das vacinas para o governo angolano, sob a liderança do Ministério da Saúde, através do financiamento do Banco Europeu de Investimento (BEI) e com o apoio do PNUD Angola, reafirma o compromisso inabalável do governo na prevenção do cancro do colo do útero nas raparigas. “Ao vacinar estas raparigas, estamos a salvaguardar o seu futuro e a contribuir para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Este marco simboliza a força do nosso empenhamento conjunto. Reflecte o alinhamento de interesses entre os principais parceiros envolvidos, contribuindo para os objectivos do Plano Nacional de Desenvolvimento de Angola 2023-2027 e para a Agenda 2030”.

A chegada das vacinas contra o cancro do colo do útero a Angola representa um marco significativo nas metas do governo para a saúde da população e para a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

Sobre a vacina contra o cancro do colo do útero:

Estudos realizados em vários países demonstraram que a vacina reduz significativamente o risco de desenvolver lesões pré-cancerosas e cancro do colo do útero. A vacina é também amplamente recomendada pelas organizações mundiais de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) pré-qualificou seis vacinas para utilização em grande escala, o que significa que estas vacinas cumprem normas rigorosas de segurança e eficácia. Desde 2006, estão disponíveis vacinas seguras e altamente eficazes para prevenir a infeção e proteger as mulheres contra o cancro do colo do útero. Em 2021, 20 países africanos tinham incorporado com êxito a vacina contra o cancro do colo do útero nos seus programas de imunização.

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