Angola comprometida com a exportação de energia para os países vizinhos

O governo angolano reiterou o seu compromisso em exportar o excedente de energia eléctrica para os países vizinhos que têm elevados défices, como parte da sua contribuição para a concretização do Mercado Único de Electricidade em África. Esta iniciativa está alinhada com os planos da União Africana e com o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023-27).
A garantia foi dada pelo secretário de Estado para a Energia de Angola, Arlindo Carlos, durante o seu discurso de abertura da 5.ª Reunião do Comité Científico da Associação das Empresas de Electricidade de África (ASEA), que decorre em Luanda até quinta-feira, dia 13. O evento reúne representantes de 54 empresas de 47 países africanos, que discutem os desafios do sector energético a nível continental.
Arlindo Carlos, que falava em representação do ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, sublinhou a “relevância ímpar” do encontro para o processo de integração energética nas várias regiões de África. O governante destacou que o fórum contribuirá significativamente para a viabilização das interligações necessárias à criação do Mercado Único de Electricidade em África.
No seu discurso, o responsável pela pasta da Energia fez também um breve histórico da ASEA, recordando que a organização passou por uma transformação ao longo de 55 anos desde a sua fundação. Inicialmente conhecida como União das Empresas Produtoras e Transportadoras e Distribuidoras de Electricidade em África (AUPA), a ASEA consolidou a consciência entre os seus membros sobre a importância de unir esforços em prol do bem comum.
Energia eléctrica é um serviço transversal
O secretário de Estado para a Energia enfatizou ainda a necessidade de um estudo aprofundado das questões técnicas e dos desafios enfrentados pelos membros da ASEA, com o objectivo de encontrar soluções para os problemas que afectam todo o continente. “A energia eléctrica representa um serviço transversal, sem o qual não podemos ter em funcionamento os demais serviços”, afirmou.
O governante também destacou o esforço das empresas angolanas em fortalecer a presença de países de expressão portuguesa na ASEA, incluindo Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. De acordo com o responsável, essas acções têm facilitado o diálogo e promovido o intercâmbio de conhecimento entre os países da região.
Para Arlindo Carlos, os países africanos devem concentrar-se em garantir o fornecimento de energia suficiente, fiável e a baixo custo às suas populações, promovendo, assim, um desenvolvimento mais sustentável. “A construção de uma África integrada, próspera e pacífica será possível através do desenvolvimento de sistemas de energia intra e inter-regionais robustos, formando uma rede eléctrica continental interligada”, concluiu.