Agência de notação prevê inflação de 13% este ano em Angola

A agência de notação financeira Standard & Poor’s prevê que Angola chegue ao final do ano com uma inflação média de 13%, descendo para 10% no ano seguinte, em coincidência com as estimativas oficiais, depois de o BNA ter revisto em alta a inflação deste exercício, para um intervalo entre 12 e 14%.
Num documento publicado recentemente, a manter a nota de Angola em B- com perspectiva Estável, a Standard & Poors (S&P) também revê em baixa a previsão de crescimento económico deste ano, para 0,9%.
“A quebra da moeda e menor oferta de moeda externa vai provavelmente também levar a uma subida da inflação e pesar no crescimento”, escrevem os analistas no comunicado em que mantiveram a nota de risco soberano do país.
“A persistente tendência de descida da inflação vista entre 2022 e Março de 2023 acabou, com os preços a subirem para 12,12% em Julho, depois de se terem mantido estáveis à volta dos 10,7% de Março a Maio”, aponta a S&P.
A agência também antecipa uma forte subida da dívida pública, para 93% do Produto Interno Bruto (PIB), afirmando que “no seguimento da forte depreciação da moeda e da redução na produção de petróleo, o nível de dívida pública e os custos do serviço da dívida em percentagem do PIB vão aumentar significativamente este ano, e isso vai colocar uma pressão significativa nos pagamentos a partir de 2024”.
“A revisão em baixa da previsão de crescimento para este ano reflecte principalmente a nossa expectativa relativamente a um nível de produção mais baixo, e o seu impacto noutros sectores da economia”, acrescentam os analistas da S&P.
A desvalorização do kwanza em 40% face ao dólar desde o início do ano vai fazer com que os pagamentos da dívida em moeda estrangeira se tornem mais caros, com a S&P a notar que os custos da dívida de Angola podem subir mais de 60% na segunda metade deste ano.
O país vai ter de desembolsar mais de sete mil milhões de dólares este ano, e uma média de 7,8 mil milhões de dólares entre 2024 a 2026, “com a maioria do serviço da dívida este ano a estar relacionada com dívida bilateral à China”.