Adeus Rogério de Carvalho

O encenador angolano Rogério de Carvalho morreu na madrugada do último sábado, dia 21, no Hospital Garcia de Orta, em Almada, Portugal, onde se encontrava internado desde o domingo anterior, na sequência de um acidente vascular cerebral, adiantou à agência Lusa fonte da Companhia de Teatro de Almada. Contava 88 anos.

Nascido em Gabela, na província de Kwanza Sul, Angola, Rogério de Carvalho iniciou a sua carreira ainda enquanto aluno do Conservatório Nacional de Lisboa, actual Escola Superior de Teatro e Cinema, na qual leccionou até 2007.

Reconhecido pela exigência a que se impunha, Rogério de Carvalho foi distinguido com o Prémio Almada 2001 e com o Grande Prémio da Crítica em 2012, por espectáculos que dirigiu para as companhias Ensemble e ‘As Boas Raparigas vão para o céu, as más para todo o lado, projecto teatral de que foi director artístico, criado no seio de uma nova geração de criadores da cidade do Porto.

Trabalhou regularmente com a Companhia de Teatro de Almada e com o Teatro Griot, o Teatro Oficina e A Escola da Noite, entre outras companhias, e dirigiu espectáculos para os teatros nacionais D. Maria II e São João.

Acompanhou a formação de sucessivas gerações de teatro universitário, em Braga e no Porto, destacando-se o seu trabalho com o Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC), através da direção de peças como “O Sonho”, de August Strindberg, e “Oresteia”, de Ésquilo.

Apesar de ter vivido a maior parte do tempo em Portugal, Carvalho não cortou raízes com o país onde nasceu, tendo sido orientador do Núcleo de Teatro da Fundação Sindika Dokolo, em Luanda, criado com o objectivo de dar formação a actores e criar espectáculos de teatro.

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