2023 poderá ser um “ano terrível” para as migrações alerta António Vitorino

O número de pessoas que já morreram este ano a tentar atravessar o Mediterrâneo antecipa um “ano terrível” para a crise migratória, alertou ontem, dia 29, o director-geral de Organização Internacional para as Migrações (OIM), António Vitorino.

Em declarações à Lusa, António Vitorino assinalou que nos primeiros três meses do ano houve “um número de mortos acima do registado no ano passado no período homólogo”.
“O Mediterrâneo é um dos rotas mais perigosas do mundo e, infelizmente, como temos visto nestas últimas semanas sucedem-se os naufrágios e as mortes. A Comissão Europeia apresentou recentemente uma proposta no sentido de os Estados Europeus têm de tomar uma decisão sobre as operações de busca e salvamento que não podem ser deixadas exclusivamente à iniciativa das organizações não-governamentais e têm de criar um sistema de previsibilidade de desembarque para as pessoas que são salvas no mar, disse Vitorino.

O fim das mortes neste mar passa por “impedir as pessoas de entrarem nos barcos, porque é aí que se joga o essencial. Infelizmente, nem sempre – no caso da Líbia – isso tem sido possível. E nós vemos um número crescente de chegadas a Itália. Neste momento, as chegadas a este país, oriundas do Norte de África – não só, mas sobretudo da Líbia – está três vezes acima de número de chegadas no mesmo período do ano anterior”, revelou. De acordo com Vitorino, a situação das migrações à escala global fez com que a OIM seja cada vez mais imprescindível.

“Nós crescemos muito durante estes quatro anos. Crescemos porque somos capazes de responder aos desafios, mas evoluímos também porque há muito mais crises humanitárias, mais desafios e migrantes a necessitarem do apoio da OIM”, acrescentou.
Recorde-se que António Vitorino termina este ano o seu mandato de cinco anos à frente da OIM, sabendo-se que irá recandidatar-se ao cargo nas próximas eleições.

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