Simbiose entre as energias tradicionais e novas é a chave para a prosperidade de África

Especialistas mundiais em energia estiveram ontem, quinta-feira, dia 30, reunidos em Port Louis, nas ilhas Maurícias, no âmbito de conferência organizada pela Associação Global de Energia.
Sob o lema “Do Regional para o Global” o encontro trouxe ao país especialistas do Zimbabwe, Rússia, Reino Unido, África do Sul, Costa do Marfim e Quénia.
“Esta conferência é uma plataforma vital que realça os contributos dos países em desenvolvimento na definição do panorama energético mundial. Reúne diversas experiências e ideias para promover soluções energéticas acessíveis e sustentáveis para todos”, afirmou o laureado com o Prémio Mundial da Energia 2022, Kaushik Rajashekara, que recebeu o prémio na primeira conferência ‘Regional to Global’ realizada no Uruguai.
Angola grande produtor de energia hidroeléctrica
Os países africanos podem fazer progressos na segurança do aprovisionamento de eletricidade, concluíram os especialistas. “A percentagem de africanos subsarianos com acesso à eletricidade aumentou de 26% em 2000 para 52% em 2022. Este crescimento deve-se à construção de redes eléctricas, bem como à entrada em funcionamento de novas capacidades de produção. Só nos últimos dez anos, a capacidade instalada de centrais de energias renováveis em África quase duplicou. Angola tornou-se um grande produtor de energia hidroeléctrica, o Quénia é um dos líderes mundiais em energia geotérmica e a Barragem do Renascimento da Etiópia é a maior central hidroelétrica de África, tendo o país aumentado significativamente a sua utilização de biomassa. Por último, o Egito será o segundo país produtor de energia nuclear em África”, afirmou Abel Didier Tella, director geral da Associação das Sociedades de Electricidade de África.
Momento bom
“A electrificação em África surge numa altura em que o custo da energia eólica e solar baixou significativamente. É também uma grande oportunidade para utilizar mais amplamente os veículos eléctricos nas cidades de África. Além disso, a eficiência dos aparelhos eléctricos, incluindo aparelhos de ar condicionado, máquinas de lavar roupa e frigoríficos, aumentou drasticamente nas últimas décadas. Desta forma, a fiabilidade do abastecimento energético da região pode ser assegurada num período relativamente curto. Todos estes factores necessitam de um forte apoio governamental. Por exemplo, uma política para a utilização de veículos eléctricos e infra-estruturas de carregamento”, afirmou Zi-Qiang Zhu, professor na universidade de Sheffield, no Reino Unido.