Relações Angola-Brasil entram em nova fase com Lula na liderança

As relações Angola-Brasil conhecem uma nova fase, com a visita oficial do Presidente da República, João Lourenço, para participar na cerimónia de investidura hoje, domingo, do novo Presidente eleito da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

A presença do Chefe de Estado, João Lourenço, nesse acto, significa a continuidade das relações entre Angola e o Brasil por serem estratégicas, segundo o ministro das Relações Exteriores, Téte António.

Com essa visita, prevê-se o reforço da cooperação nas áreas política, económica, social bem como da cultura que une os dois povos.

O Brasil foi o primeiro país do mundo a reconhecer a independência da então República Popular de Angola, proclamada pelo ex-Presidente Agostinho Neto, em 1975.

A primeira vez que Lula da Silva visitou Angola, foi em 2003, ainda no primeiro ano de seu primeiro mandato presidencial.

Já em 2011, a Presidente Dilma Rousseff visitou Angola, um dos países considerados mais estratégicos para os interesses da iniciativa privada brasileira na África.

A parceria com o país é considerada importante pelo Governo brasileiro, tanto pela língua e herança colonial comuns como pelo alto índice de crescimento da economia local.

Em recuperação após a longa guerra civil, que durou quase três décadas e terminou em 2002, o país recebeu um grande fluxo de investimentos, principalmente em obras de infra-estrutura e na exploração de petróleo.

Angola é o país que mais recebia investimentos brasileiros na África, de grandes empresas como Petrobras e Odebrecht

Novos acordos à vista

De acordo com o ministro Téte António, Angola já identificou novos acordos de cooperação com o Brasil.

Sem entrar em detalhe, destacou o Memorando de Entendimento, por assinar, ligado àl área de financiamento para os sectores da Agricultura e Indústria, no quadro da diversificação da economia angolana.

Considera haver uma mudança do lado angolano que também deve se reflectir na cooperação com os seus parceiros estratégicos, como é o caso do Brasil, defendeu, olhando para posição que este país ocupa em termos de crescimento económico no mundo.

A nível do continente americano, é a terceira economia, depois dos Estados Unidos da América (EUA) e Canadá, bem como a nona economia no mundo, potencial que Angola quer continuar a aproveitar para o crescimento da sua economia.

O reconhecimento influenciou diretamente a relação entre os dois países no período de José Eduardo dos Santos no poder, eleito Presidente em setembro de 1979 pelo Movimento de Libertação de Angola (MPLA).Vale lembrar que o MPLA passou a controlar Luanda logo após a declaração unilateral de independência em 1975, quando Angola imergiu em uma guerra civil entre os três movimentos em luta pelo controle do país: MPLA, UNITA e FNLA.

Na cronologia das relações bilaterais, os países assinaram em 1980 um acordo de cooperação económica, científica e técnica – que foi revisto e passou por reajustes ao longo dos anos. O acordo vem permitindo colaboração nas áreas da saúde, formação profissional, educação, administração pública, meio ambientes, desporto, agricultura, estatística e cultura.

O início dessa década, de acordo com Adriano de Freixo, foi marcado por uma relação intensa entre Brasil e Angola – com a actuação de várias empresas brasileiras, principalmente as de infraestrutura em território angolano. Além da interação económica, o professor da PUC-RJ, Alexandre dos Santos, destaca mais um ponto que marcou as relações no mesmo período: o consumo de produções culturais brasileiras – principalmente as novelas – que já vinha desde a década de 70 e que atingiu o ápice na década 80

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