PRODESI permite criação de mais de 71 mil empregos
A implementação do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações “PRODESI” permitiu a criação de perto de 71 mil 677 postos de trabalho, de 2018 a 2022, em Angola.
Esses dados foram publicados pelo Ministério da Economia e Planeamento (MEP) e, segundo os quais, os sectores do comércio e da distribuição são os que mais empregos criaram, com 40 por cento (28 670 empregos), seguidos da Agricultura, que empregou 35% (25 086) da força total de trabalho.
A seguir, vem o sector da aquicultura (criação de tilápia), com 11% (7 884), enquanto o sector da indústria transformadora segue com 9% (6 450) e outras áreas da actividade económica empregaram 5% (3 583).
A criação destes postos de trabalho resultou da aprovação e financiamento de um total de 3 182 projectos, avaliados em mais de mil milhões de kwanzas (Kz 1 054 764).
Segundo o MEP, beneficiaram destes projectos 2 552 empresas, superando a meta prevista pelo Programa de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018/2022, que previa alcançar 1 514 empresas.
Além disso, o total dos projectos financiados abrangeu também 630 cooperativas, contra 470 estimadas pelo PDN.
Neste conjunto, a maior parte dos projectos aprovados foram do sector da agricultura, com 1 512, enquanto o comércio e distribuição beneficiaram de 662 projectos financiados e a indústria transformadora contou com 334.
Os projectos financiados estão distribuídos nas 18 províncias do país, com maior realce para Luanda, que concentra 733 projectos, seguido de Benguela, com 249.
Entre as 18 províncias, destaca-se também a província do Uíge, que conta com 198 projectos, Cuanza Sul (188), Huambo (176), Huíla (176) e Bié, com 161 projectos aprovados.
PAC lidera financiamento do Prodesi
A concretização dos projectos aprovados no âmbito do PRODESI dependeu, essencialmente, de quatro instrumentos de financiamento: Programa de Apoio ao Crédito (PAC), Alívio Económico, Aviso 10/2020 do Banco Nacional de Angola (BNA) e do banco alemão Deusche Bank, além de outras fontes financeiras.
Nesta lista, destaca-se o PAC, que já desembolsou um total de 45,34 mil milhões de kwanzas, que serviram para financiar 1 093 projectos.
Paralelamente a este financiamento, o PAC conta com 3 583 processos de crédito concluídos, 2 071 projectos remetidos ao Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), 1 807 projectos aprovados, 714 projectos por financiar/desembolsar e 1 512 em carteira.
Com isto, a implementação deste programa regista um desempenho positivo, com aprovação 87,2% dos projectos submetidos ao BDA, tendo um rácio de 60,4% dos projectos aprovados e financiados, conforme dados do Ministério da Economia e Planeamento.
Por outro lado, o Alívio Económico financiou 694 projectos, enquanto 400 foram financiados através do Aviso 10/2020 do BNA e oito projectos beneficiaram do apoio do Deusche Bank. Ainda do total dos projectos financiados, 482 contaram com o financiamento de outras fontes.
Fruto desta conjugação de forças entre o PRODESI e as fontes de financiamento registou-se o aumento da produção e produtividade dos sectores envolvidos, dando lugar à redução do volume de importações em cerca de 1 419 milhões de dólares em 2021, o que representou uma diminuição de 46,63%, comparativamente ao ano de 2018, período em que foi aprovado este programa.
Adicionalmente, o ano de 2021 ficou marcado pela recuperação do volume das exportações que passou para 67 milhões de dólares norte-americanos, contra USD 44 milhões encaixados em 2020, por exemplo.
Na mesma senda, até Outubro de 2022, as exportações fixaram-se em mais de 59 milhões de dólares.
Aprovado pelo Executivo angolano, a 20 de Julho de 2018, o PRODESI é um programa que visa, essencialmente, acelerar a diversificação da produção nacional e geração de riqueza, num conjunto de produções com maior potencial de geração de valor de exportação e substituição de importações.
Este programa está focado, fundamentalmente, nos sectores da alimentação e agro-indústria, recursos minerais, petróleo e gás natural, florestal, têxteis, vestuário e calçado, construção e obras públicas, tecnologias de informação e telecomunicações, saúde, educação, formação e investigação científica, turismo e lazer.