Medidas e leis adoptadas pelo país revertem recursos desviados ao Estado
O Estado angolano tem adoptado um conjunto de medidas e de leis, no âmbito do combate à corrupção, para que os actos não sejam uma cultura e de modo a que os recursos que haviam sido desviados e investidos para bens privados pudessem reverter para o país, revelou, ontem, em Luanda, o inspector-geral da IGAE, João Pinto, noticiou o jornal de Angola.
Ao intervir na abertura da Mesa -Redonda, promovida em alusão ao Dia Internacional da Luta Contra a Corrupção, celebrado ontem, João Pinto referiu que a aprovação de um conjunto de leis sobre o branqueamento de capitais e os crimes subjacentes, assim como a lei sobre o repatriamento de capitais e a perda alargada de bens, demonstrou coragem de Angola, a partir de 2018, na sequência do discurso do Presidente João Lourenço, em garantir maior confiança ao processo.
“É preciso continuar a educar, prevenir, detectar e alertar, para que essas práticas não ponham em causa a confiança e o interesse público”, reforçou o inspector-geral da IGAE, que pediu uma reflexão sobre o tema.
“Um médico, contabilista, auditor, advogado, bancário, economista, gestor ou funcionário público pode praticar actos, se não tiver noção da deontologia ou dever que tem com a sua profissão, ao passo que, se todos colaborarem, pode-se, então, contribuir para diminuir a imagem da incerteza e desconfiança nas instituições”, acrescentou.
João Pinto referiu, ainda, que combater e prevenir a corrupção deve ser visto como um dever de todos os cidadãos, no sentido da lealdade e honestidade, advertindo que, quando se constatam tais práticas nas instituições angolanas, põe-se em causa o interesse público, apelando para a necessidade imperiosa de pará-las.
“Há um conjunto de actividades a realizar, mas também de comunicar, conviver, partilhar, por isso, convidamos os nossos parceiros e, mais uma vez, para uma reflexão interna, mas tendo em conta o dever que os profissionais das várias áreas da Administração Pública e dos serviços privados ou empresas privadas devem colaborar e procurar contribuir, para a maior transparência e confiança nas instituições”, esclareceu.