Luanda passa a ter autocarros à madrugada

Os problemas com a acessibilidade e mobilidade urbana são globais, mas com maiores repercussões nas grandes cidades dos países subdesenvolvidos, em especial as do continente africano, devido à concentração de tráfego, crescimento descontrolado, em função da pressão demográfica e alguma dificuldade no sistema de transporte público.
O mesmo acontece com a província de Luanda, a segunda menor província do país em termos de extensão territorial, mas a mais populosa, sobretudo devido ao deslocamento da população do interior para a capital, registado durante o conflito armado no país.
A juntar a isso estão as construções periféricas desordenadas, facilitadas pelo elevado crescimento demográfico que rompeu com a estrutura do plano urbanístico de Luanda.
Apesar disso, as autoridades não têm cruzado os braços e vão encetando estratégias para garantir melhorias no tráfego e mobilidade. Por exemplo, o Governo da Província de Luanda (GPL) promete, até ao final do ano, lançar um serviço especial de transporte colectivo urbano, para atender os passageiros durante a noite e madrugada. Este serviço será assegurado pelas nove empresas que operam em Luanda e vai funcionar das 22 horas até às 6 horas da manhã.
O objectivo principal deste serviço, segundo Filipe Cumandala, director provincial dos Transportes, Tráfego e Mobilidade de Luanda, passa por estender os horários de funcionamento dos autocarros e facilitar os cidadãos ou passageiros aflitos ou com necessidade de circular nesse período. Os autocarros vão obedecer a um trajecto que os levará para junto das universidades, hospitais, unidades policiais, terminais de passageiros, entre outras instituições, num tempo de espera não superior a uma hora.
Este serviço vai, certamente, ajudar no descongestionamento do trânsito durante as primeiras horas da manhã, consideradas de ponta, devido aos funcionários que se deslocam aos locais de serviço e os alunos à escola. Muita gente vai preferir levantar um pouco mais cedo (por volta das cinco horas) para apanhar a última corrida do serviço especial.
Atendendo ao facto de algumas paragens carecerem de iluminação pública e tendo em conta que Luanda é uma província com um índice de criminalidade considerável, o GPL, as operadoras de transporte e a Polícia Nacional estão já a trabalhar na criação de condições técnicas e de segurança para o arranque das operações.