Governo proíbe a partir desta segunda-feira pesca do carapau por dois meses
As autoridades angolanas, através do Ministério das Pescas e Recursos Marinho, proibiram a partir desta segunda-feira, dia 01, e por um período de dois meses, a pesca do carapau e da cavala ao longo da costa marítima angolana, para permitir a reprodução destes peixes, o que leva a que o produto esteja já escasso no mercado, e, como consequência, o preço da caixa de 20 kg de carapau disparou de 30 para 48 mil kwanzas, deixando as peixeiras sem alternativa de venda, noticiou o Novo Jornal.
O presidente da Associação dos Armadores de Pescas Artesanais, Semi-industriais e Industriais de Angola (APASIL), Manuel Azevedo, diz que os seus associados têm algum “stock” de pescado, mas para aguentar apenas uma semana.
Entretanto, os pescadores, assim como a APASIL, asseguram que foi um grande erro do Governo proibir também a pesca da cavala, que por sinal tem ajudado muito as famílias angolanas nos períodos de veda do carapau.
Manuel Bernardo Azevedo diz que os angolanos têm de contar somente com outras opções, porque não haverá carapau no País nos próximos dois meses, porque em “stock” há apenas cerca de duas mil toneladas.
Segundo a APASIL, com a proibição da cavala, a situação fica mais difícil, visto que nos outros anos os armadores tinham como alternativa a cavala, coisa que o Governo agora proibiu.
“Nos anos anteriores dávamos solução, enquanto há veda de carapau tínhamos como alternativa a cavala, mas infelizmente também não permitiram, esse ano, a pesca”, lamentou.
Conforme este responsável, com as novas tecnologias que muitas embarcações têm, já é possível identificar onde está o peixe – cavala e carapau.
Manuel Bernardo Azevedo assegura que com estas tecnologias é possível pescar o carapau e a cavala.
A APASIL esclarece ainda que apesar das alterações climáticas, que afastam o peixe da costa devido ao novo comportamento migratório, os seus associados continuam a pescar as mil toneladas por embarcação sem aumentar o esforço de pesca.
A Associação dos Armadores de Pescas Artesanais, Semi-industriais e Industriais de Angola, afirma que a medida do Executivo apenas vai encarecer ainda mais o preço do peixe.