Executivo quer maior celeridade na identificação de mineiros críticos
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, exortou, esta segunda-feira, em Luanda, o novo Conselho de Administração do Instituto Geológico de Angola (IGEO) a utilizar todos os recursos disponíveis com vista a dar celeridade nos processos de identificação das áreas com potencial mineiros preponderante no processo de transição energética, fabrico de fertilizantes e construção de infra-estruturas que concorrem para a melhoria da vida da população.
Diamantino Azevedo falava aos órgãos de comunicação social à margem da cerimónia de tomada de posse da nova direcção do IGEO, liderada pelo presidente do Conselho de Administração, José Manuel, e os administradores executivos, Américo da Mata Lourenço Vitorio e Elizabeth Cristina Gomes Botelho de Carvalho.
O ministro sublinhou o facto do evento decorrer na abertura das Jornadas Técnicas e Científicas do Dia do Trabalhador Mineiro, a decorrer de 17 a 27 do presente, a serem celebradas com um leque de actividades em várias regiões do país, com destaque para a inauguração da mina de ouro em Cabinda e do projecto diamantífero Yetwene, na província da Lunda-Norte, com capacidade de produzir 10 mil quilates por mês.
Os desafios do sector, de acordo com Diamantino Azevedo, são enormes, na medida em que “a principal tarefa é lançar projectos para que a produção mineira do país aumente, para que tenhamos mais mineiros a serem explorados e, assim, possamos contribuir para o crescimento económico, para o desenvolvimento, sempre com o objectivo final de melhorar a qualidade de vida da população”.
Os recursos minerais, frisou o ministro, para além de poderem trazer divisas para o país, criar emprego, são fundamentais para alavancar outras actividades económicas.
“Às vezes olhamos apenas para o petróleo, que também é um recurso mineral, para o diamante, mas há uma série de outros recursos minerais que dão também o seu contributo para a economia de um país. no nosso caso concreto, embora em pequena dimensão, temos já uma pequena exploração de ouro, de Manganês, uma exploração acentuada de rochas ornamentais e materiais necessários para a construção civil”, disse.
O titular das pasta do MIREMPET atribuiu aos agrominerais relevante importância na produção de fertilizantes, numa altura em que está em curso no país um projecto para a produção de amónia e ureia a partir do gás e outro para produção de fosfatos em Cabinda, com a possibilidade de desenvolver um semelhante, pois “estamos a procura de potássio para que estejamos em condições de ter todos os elementos que compõem a cadeia de produção de fertilizantes, algo que permitirá o país tornar-se auto-suficiente em fertilizantes”.
Diamantino Azevedo recordou que o cimento é feito à base de recursos minerais, do calcário, do gesso, do minério de ferro, pelo que é necessário olhar para esses recursos minerais com bastante atenção. “Já temos no país bastantes projectos de prospecção, de vários recursos minerais, como o Cobre, o Lítio, o Nióbio, Terras Raras, mas é preciso ter em conta que nem todos projectos de prospecção concluem com a abertura de uma mina, razão pela qual é necessário termos muitos projectos de prospecção para, no fim, termos algumas minas, daí que continuamos engajados em melhorar o conhecimento geológico do país”.
Aos mais cépticos que dizem que o Plano Nacional de Geologia (Planageo) não resultou, o ministro frisou que “não condiz com a verdade”, pois várias cartas geológicas foram produzidas.
“O objecto principal do Planageo era melhorar a informação geológica a um nível macro, o que foi feito em grande parte”. Ainda há componentes do projecto por concluir, também temos resultados a nível de infra-estruturas, temos três novos laboratórios no país que foram feitos com base no Plano Nacional de Geologia, alguns técnicos foram formados.
No dizer do ministro, toda informação está disponível para quem queira investir no sector e foi assim que conseguimos atrair para o nosso país três grandes empresas, como são os casos da Agroamerica, que está a fazer a prospecção de metais básicos no Moxico e no Cunene, a Rio Tinto, que está a trabalhar num projecto de diamantes e a iniciar um projecto de prospecção de cobre e assinalamos o regresso da De Beers no nosso país.
Cobertura geologica
O presidente do Conselho de Administração do Instituto geológico de Angola (IGEO), Manuel José, disse, ontem, em Luanda, que o país conta com uma cobertura geológica na escala dos 250 mil e que já foram disponibilizados cerca de 80 milhões de dólares para a conclusão do Plano Nacional de Geologia (Planageo).
Manuel José prestou estas declarações após a tomada de posse do seu elenco, tendo avançado que o desafio é atingir uma cobertura de 25 mil ao detalhe na escala geológica, com perspectiva de um conhecimento aprofundado sobre o potencial em minerais críticos e fundamentais na transição energética, de modo a entregar às empresas exploradoras zonas com informação concreta. O novo PCA revelou que o Planageo teve um custo de investimento total de 112 milhões de dólares, estando concluída a parte de geofísica, mas os trabalhos tiveram que ficar paralisados devido à difícil conjuntura financeira agravada pela Covid-19, numa altura em que já foram disponibilizados os restantes cerca de 80 milhões de dólares para a sua conclusão.
“Não podemos esquecer os materiais de construção e dos agrominerais, numa altura em que temos uma base de dados de zonas onde existe e temos que intensificar os estudos”, disse.
Avançou que o Planageo está quase no fim, falta apenas a parte leste, que por questões financeiras só reiniciará agora, em função do financiamento feito recentemente, mas a parte Norte e Sul já têm o trabalho concluído.