Esqueçam Bazoum diz activista do Níger

Um activista do Níger, Insa Garba Saidou, com ligações aos golpistas afirmou ontem, segunda-feira 14 de Agosto, que a única forma de evitar o conflito no país entre os soldados amotinados que depuseram o presidente e as nações da região que ameaçam uma invasão para reinstalá-lo é reconhecer o novo regime que está no poder.

Saidou, nas suas comunicações, disse que não haveria diálogo com os países da região até que eles reconheçam o novo chefe de Estado. “Só há uma opção, aceitar o regime ou a guerra”, disse. “Não há mais nada para Bazoum, deve esquecê-lo. Está acabado, é perda de tempo tentar restaurá-lo. Não é possível.”

O bloco regional da África Ocidental, CEDEAO, ameaçou usar força militar se o presidente Mohamed Bazoum, que assumiu o cargo há dois anos, não for libertado e reintegrado. No entanto, a junta rejeitou os seus avisos.

Na última quinta-feira, a CEDEAO disse que havia direcionado o envio de uma “força de prontidão” para restaurar a democracia no Níger após o prazo de restabelecer Bazoum ter expirado.

Contudo, não está claro quando ou onde a força será destacada, mas analistas dizem que pode incluir até 5.000 soldados de países como Nigéria, Benin, Costa do Marfim e Senegal. Embora o bloco afirme privilegiar o diálogo, várias tentativas da CEDEAO, assim como outras, pouco ou nada resultaram.

Na semana passada, uma proposta de visita da CEDEAO, das Nações Unidas e da União Africana foi rejeitada com base em “razões evidentes de segurança nesta atmosfera de ameaça” contra o Níger. Um dia antes, uma destacada diplomata americana encontrou-se com alguns membros da Junta, mas não conseguiu falar com Tchiani nem ver Bazoum.

Muitas nações ocidentais viam o Níger como um dos últimos países democráticos na região do Sahel, uma vasta extensão ao sul do deserto do Saara, ideal para fazer parceria para combater a crescente ameaça jihadista.

Centenas de milhões de dólares foram investidos no fornecimento de equipamentos e treinamento para as forças armadas do Níger por forças especializadas francesas e norte-americanas, que agora podem ser usadas pela junta para aumentar o seu controlo sobre o poder.

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